Considerados os responsáveis por manter o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no cargo há uma semana, militares ligados ao primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começam a rever seus posicionamentos. Segundo interlocutores ouvidos pelo Jornal O , a entrevista de Mandetta a Rede Globo neste domingo (12) foi classificada como provocação ao presidente.

Na semana passada, Mandetta por pouco não deixou o cargo. Fontes ligadas ao presidente chegaram a anunciar que ele havia tomado a decisão de demitir o ministro. Tudo se deu em razão do presidente não concordar com medidas de isolamento, tão recomendadas pelo ministro durante suas coletivas diárias.

A saída do ministro só não se deu na semana passada, segundo interlocutores, porque militares ligados a Bolsonaro e integrantes do Governo o aconselharam a manter Mandetta, agora, no entanto, a situação parece ser diferente.

Em entrevista exclusiva à Rede Globo ontem à noite, Mandetta criticou o presidente afirmando que o brasileiro precisa ter uma orientação unificada quanto ao .

Para a ala militar do Palácio do Planalto, a entrevista do ministro foi considerada “covardia” e “molecagem”, segundo interlocutores. Para alguns, as falas de Mandetta foram classificadas como tentativa de forçar a própria demissão.

Principal conselheiro de Bolsonaro, o ministro (Gabinete de Segurança Institucional) avaliou a necessidade de sentir o clima na manhã desta segunda-feira antes de qualquer definição sobre a permanência de Mandetta, afirmam seus aliados. Segundo interlocutores, Heleno ponderou que apesar das provocações sobre a “visita a padaria” e o “discurso unificado”, Mandetta repetiu as mesmas recomendações que já vinha fazendo para que a população fique em casa em isolamento.