A queda da ção básica no Brasil abriu algumas linhas de ação entre os deputados. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que apenas metade das crianças recebeu as doses previstas este ano. Embora a pandemia tenha agravado a situação, a Organização Mundial de Saúde alertou em julho que houve queda de 23 pontos na cobertura vacinal entre 2015 e 2019 no Brasil, uma das maiores reduções do mundo.

Uma ação simples, segundo os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Pedro Westphalen (PP-RS), é a realização de campanhas pelo governo. A vacinação básica infantil é obrigatória; mas, segundo Padilha, pela primeira vez no século o país não conseguiu atingir a meta em nenhuma vacina. Westphalen afirma que o sarampo já apareceu em 21 estados e há preocupação com a volta da . Nem a BCG, que é aplicada em maternidades, teve a meta cumprida.

Padilha já pediu ao Tribunal de Contas da União que investigue os motivos da queda, mas sugere alguns.

“Nunca vi, por exemplo, o presidente da República chamar as famílias para vacinar as crianças; nem seus ministros da Saúde fizeram pronunciamentos – algo que já era usual”, apontou. Segundo o deputado, outro problema foi o Ministério da Saúde ter interrompido o fornecimento de várias vacinas às unidades básicas de saúde dos municípios. “E terceiro: teve um desmonte das equipes de atenção primária em saúde. Os próprios dados do   mostram que. em 2013, mais ou menos 50% dos domicílios tinham recebido uma visita de uma equipe de saúde da família; em 2019, isso tinha caído já para 37%”, afirmou.

Fake news e medo de sair

Westphalen, que é coordenador da Frente Parlamentar do Programa Nacional de Imunizações, também cita alguns problemas.

“Fake news, grupos antivacinas e outros tantos motivos de logística e despreparo até de quem indicava as vacinas. Agora, com a pandemia, ficar em casa, o medo de ir ao posto de saúde, tudo levou as pessoas a se afastarem e a não fazerem as suas necessárias vacinas e nos seus filhos.”

Importante, mas não obrigatória

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) afirma que existe a falsa impressão de algumas pessoas mais velhas de que as doenças já estariam erradicadas e, portanto, não seria necessário vacinar as crianças. Ela defendeu uma maior atuação dos agentes de saúde no combate a essas informações. Mas, como o presidente Jair Bolsonaro, Bia Kicis acredita que não deve ser obrigatório vacinar contra a quando houver a vacina. Ela apresentou projeto de lei ( 4506/20) que altera a primeira lei da pandemia (lei 13.979/20) no sentido de proibir uma eventual vacinação compulsória.

“Assim como H1N1 e não têm vacinação obrigatória, com mais razão a Covid não deve ter porque é uma vacina experimental. É muito cedo, não se conhecem os riscos dessa vacina, as consequências da vacinação daqui a 5, 10 anos. Eu acho que a vacina deve ser ofertada à população e aquelas pessoas que se sentirem confortáveis para tomar a vacina devem tomar. Houve uma resistência muito forte da sociedade, a gente percebeu isso nas redes sociais, de pessoas dizendo que não querem tomar essa vacina. E é muito cedo realmente”, disse.

O Supremo Tribunal Federal deve decidir, em breve, se os pais podem deixar de vacinar seus filhos por razões filosóficas, religiosas, morais ou existenciais. O julgamento foi motivado por uma ação do Ministério Público contra um casal paulista que não vacinou o filho, alegando que são adeptos da filosofia vegana.