A manifestação do último domingo (3), com críticas ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ataques a jornalistas e profissionais de saúde, foi alvo de repúdio por deputados de partidos variados. O assunto repercutiu durante a sessão virtual do Plenário da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (4)
A escalada autoritária foi destacada especialmente pelo líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que condenou a participação do presidente da República, Jair bolsonaro, nos atos. “É estarrecedor que o presidente insista nessa escalada autoritária contra os Poderes constituídos, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
A líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), cobrou a unificação dos pedidos de impeachment e a análise desses pedidos pelo Congresso. Para ela, Bolsonaro decidiu “liderar uma trupe da extrema-direita, e não liderar o País”.
“Se as vozes democráticas não derem uma resposta à altura, Bolsonaro vai seguir recrudescendo a extrema-direita e vai tentar avançar sobre as liberdades democráticas. É o momento mais duro da nossa história, mas é o momento em que é mais necessário que Bolsonaro seja derrotado”, disse Melchionna.
O deputado Fábio Trad (PSD-MS) destacou que há diferença entre os protestos democráticos e os criminosos. “Protestar legitimamente contra uma decisão no seu mérito ou na sua forma, isto sim é civilidade, isto sim é urbanidade, desde que respeitados os limites estabelecidos por lei. Mas pregar o fechamento do órgão, sob o pretexto de discordar desta ou daquela decisão, é ato criminoso”, afirmou.
Para a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), notas de repúdio já não servem para fazer frente aos atos realizados desde o início de março contrários às instituições democráticas. “Bolsonaro participa de atos pró-ditadura, desrespeitando o isolamento social, a nossa Constituição e a nossa democracia, desrespeita também a imprensa, pilar muito importante da democracia”, criticou.
Tabata Amaral também defendeu investigações das denúncias de interferência política na polícia federal feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro. “É preciso que comecemos todas as investigações, tanto pressionando o Judiciário quanto fazendo a nossa parte. Eu já apoiei cinco CPIs e três pedidos de CPMIs”, informou.