Uma representação enviada ao (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público, acusa a delegada da Bahia Maria Selma de liderar uma organização criminosa. Segundo o documento, participavam do grupo assaltantes e envolvidos com . A denúncia foi feita por outra delegada, que trabalhava com Maria Selma.

Até o último dia 4, Maria Selma era diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil da Bahia, quando foi exonerada. A delegada Carla Ramos, subordinada ao Departamento, atuava como delegada titular da (DRFR) Delegacia de Furtos e Roubos, em .

Carla permaneceu como titular da DRFR até outubro de 2019. Após deixar o cargo, a delegada foi presa, junto a outros três policiais, acusada de prática de tortura dentro da delegacia. Em agosto deste ano, Carla decidiu denunciar Maria Selma.

Na denúncia enviada ao Gaeco, ela afirma que Maria Selma “lidera uma rede de indivíduos ligados à polícia e ao mundo do crime, destinada à prática de delitos, notadamente contra o patrimônio e tráfico de drogas, e que usa da estrutura do Estado para garantir impunidade aos executores”.

Denúncias

O primeiro crime citado na denúncia ocorreu em 6 de setembro de 2019, quando uma quadrilha foi presa por roubar uma carga de celulares avaliada em R$ 100 mil. Além da prisão de quatro pessoas, uma Fiorino branca, roubada em julho do mesmo ano, foi apreendida com placa adulterada.

A denúncia enviada ao MP afirma que o auto de prisão em flagrante não foi comunicado no prazo legal e os homens liberados em audiência de custódia três dias depois.

Carla Ramos afirma que recebeu um telefonema de Maria Selma pedindo para enviar o veículo à sede da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. No momento da soltura, um dos detidos disse à Carla que “quem tem amigos tem tudo”. Outro, afirmou ser “parente” de funcionários da polícia.

A segunda denúncia feita por Carla diz respeito a um veículo, abordado após denúncia anônima, que estava com forte odor de droga. Segundo a delegada, colega Maria Selma queria liberar o condutor antes da chegada de cães da COE (Coordenação de Operações Especiais).

Assim que chegaram, continua o documento, Carla afirma que foram encontrados sete tabletes de pasta base de cocaína no painel, mas mesmo assim, não foi instaurado inquérito para apurar o fato e o suspeito foi liberado sem interrogatório.

Outro lado

Maria Selma informou, por meio de seus advogados, que comprovará sua perante a Corregedoria da Polícia Civil e questionou “como pode uma delegada que foi presa e está sendo processada na justiça, falar de policiais honestos?”.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ela explicou que contraiu Covid-19 e, por isso, pediu licença prêmio de seis meses, o que justificaria a exoneração. Em nota, a Polícia Civil informou que a exoneração de Maria Selma “foi um administrativo dentro de um processo natural de aperfeiçoamento do trabalho, que ocorre periodicamente”.

No vídeo, Maria Selma ainda termina dizendo que retornará às atividades. “Ninguém pode exercer um cargo que não esteja desempenhando as funções. Meu delegado chefe me concedeu uma licença até janeiro. Estou descansando um pouquinho. Essa missão de diretora foi muito cansativa”.

(Com informações do Jornal Correio)