Após um pronunciamento do presidente americano, Donald Trump a respeito da , a Anvisa precisou até mudar as regras para distribuição da substância que é essencial para portadores de diversas doenças como malária e lúpus. Alguns infectados pelo até estavam sendo tratados com ela, mas os testes tiveram que ser interrompidos após fatalidades em um público específico.

A decisão veio de um estudo feito com 81 pacientes em Manaus, que foram medicados com cloroquina e apresentaram batimentos cardíacos irregulares após uma dose mais elevada da substância. No estudo, metade deles recebeu 450 miligramas duas vezes ao dia, o restante, 600 miligramas. Após 3 dias os distúrbios cardíacos começaram a surgir.

Os pacientes que tomaram 600 miligramas começaram a apresentar arritmia no coração e no sexto dia, 11 deles faleceram. Neste momento a pesquisa foi encerrada de imediato. A professora do InCor e diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Ludhmila Abrahão Hajjar diz que “efeitos adversos (da cloroquina) não devem ser desprezíveis.”

Segundo ela, apesar da arritmia ser um sintoma raro para aqueles que tem um coração saudável, é importante dizer que 40% dos infectados pelo coronavírus tem algum dano cardiovascular e por isso alertou que: “A cloroquina não é . Está sendo vista como salvadora, e não é. Mas se você fala isso, já começa a apanhar porque virou uma questão nacional de pressão. Mas a realidade científica é essa, não tem evidência (de eficácia da substância).”

Ludhmila, que fez parte da equipe de especialistas que se reuniu com Jair Bolsonaro há duas semanas, diz ter alertado o presidente sobre a falta de comprovação da eficácia do uso da cloroquina.

Apesar de tudo, cientistas e médicos dizem que o estudo foi capaz de fornecer mais informações a respeito do risco do uso da droga em pacientes com problemas cardíacos, indicando o perigo da sua administração nesses casos em específico e alertando sobre a automedicação, que pode causar danos mais graves ao organismo.