O cônsul geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, repudiou as comparações feitas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, entre as operações da (PF) no inquérito das e os crimes cometidos pela Alemanha nazista. A comparação foi feita por Weintraub em uma postagem no nessa quarta-feira (27).

“O Holocausto, a maior tragédia da história moderna, onde 6 milhões de judeus, homens, mulheres, idosos e foram sistematicamente assassinados pela barbárie nazista, é sem precedentes. Esse episódio jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo”, escreveu Lavi.

O cônsul ainda compartilhou publicações do Museu do Holocausto de Curitiba, com materiais sobre o Holocausto. Os tuítes acompanhavam uma arte com os dizeres “Não é apenas uma nota de repúdio”.

“Num contexto atual, em que o triste episódio da “Noite dos Cristais” tem sido utilizado como analogia inoportuna a operações realizadas por instituições democráticas autônomas, o Museu do Holocausto de Curitiba opta não apenas por repudiar, mas contribuir com o crescimento da nossa sociedade por meio do conhecimento histórico. Na total impossibilidade de dialogar com figuras e entidades que diariamente se recusam a compreender a essência do nazismo e insistem em utilizá-lo como recurso retórico para atacar seu espectro político “rival”, apresentamos conteúdos básicos em língua portuguesa, de fácil leitura e adequados para pessoas com qualquer grau de erudição ou de escolaridade”, escreveu o perfil oficial do museu no Twitter.

O ministro da Educação de Bolsonaro se encontra em uma situação delicada com os juizes da Suprema Corte, principalmente após chamá-los de “vagabundos” e defender a prisão dos decanos – como revelado pelo vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, no âmbito das investigações sobre suposta interferência política do presidente na PF.

Entre ontem e hoje, o ministro comparou a operação da PF no inquérito das fake news com o nazismo pelo menos duas vezes. Na quarta-feira (27), Weintraub escreveu que o dia da operação seria lembrado como “a Noite dos Cristais brasileira”.

Hoje de manhã o ministro publicou nas redes sociais uma foto de militares nazistas apontando armas para um grupo de judeus com uma mensagem comparando a cena ao Brasil atual.

“Primeiro, nos trancaram em casa. Depois, brasileiros honestos buscando trabalho foram algemados. Ontem, 29 famílias tiveram seus lares violados! Sob a mira de armas, pais viram suas crianças e mulheres assustadas terem computadores e celulares apreendidos! Qual o próximo passo?”, escreveu Weintraub.