Confederações refazem seus planos com ampliação do ciclo olímpico para 2021

Com a alteração na data dos Jogos de Tóquio, que agora começarão em 23 de julho de 2021 (um ano depois da data inicialmente programada), as confederações esportivas brasileiras estão tendo de repensar o planejamento para o ciclo olímpico, que agora terá cinco anos e não quatro. Mas, por causa da pandemia de coronavírus, que […]

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Com a alteração na data dos Jogos de Tóquio, que agora começarão em 23 de julho de 2021 (um ano depois da data inicialmente programada), as confederações esportivas brasileiras estão tendo de repensar o planejamento para o ciclo olímpico, que agora terá cinco anos e não quatro. Mas, por causa da pandemia de coronavírus, que obrigou o cancelamento de muitos eventos, as entidades estão tendo de esperar para redefinir suas agendas de competições e treinamentos para quando a situação no mundo se normalizar.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que costuma ter bons resultados olímpicos, estima que terá de outubro deste ano até julho do próximo um investimento de aproximadamente R$ 5 milhões, considerando que a cotação do euro fique por volta de R$ 5,00 e do dólar em R$ 4,60, para um calendário com 29 ações, que incluem competições e treinos.

Todos esses custos são arcados pela CBJ, com recursos da verba que recebe do Comitê Olímpico do Brasil (COB) via repasse das loterias federais, projetos incentivados e patrocínio privado. Nessas ações, a entidade custeia o pagamento de passagens aéreas, hospedagem, alimentação e taxas de inscrição dos atletas Como a classificação olímpica via ranking ainda não foi fechada, a presença nas disputas internacionais é de suma importância.

Outra entidade que vem tendo sucesso é a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Ela apontou que a mudança de data dos Jogos foi o melhor cenário para o esporte e garantiu que fará o possível para que atletas como Isaquias Queiroz, Erlon de Souza e Ana Sátila, entre outros, cheguem em Tóquio nas melhores condições possíveis.

“A CBCa avalia que haverá mudanças na programação dos treinos dos nossos atletas em virtude do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Em consequência disso, também avaliamos que teremos impactos financeiros, mas ainda não foram totalmente mensurados”, afirma a entidade.

A ausência de um novo calendário internacional também atrapalha os planos da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que deve estar com 12 atletas em Tóquio e tem tudo para subir muitas vezes ao pódio. Apesar de não ter tantos recursos como as entidades mais tradicionais, ela oferece auxílio nas viagens com o pagamento de passagem aérea, hospedagem e diárias dos skatistas.

Os recursos também vão para investimento estrutural, com manutenção de uma comissão técnica (suporte dos consultores, supervisor de seleção e observadores técnicos) e uma comissão médica (fisioterapeutas, médico e psicóloga), além de uma área administrativa que cuida dos assuntos burocráticos relacionados à seleção brasileira.

“O skate tem a particularidade de ter as classificatórias ainda em curso. Tínhamos previsão orçamentária para todos os eventos que estavam programados, mas que acabaram sendo suspensos. No atual momento, aguardamos uma definição da World Skate sobre esse calendário. A essa altura, ainda é prematuro estipularmos em valores o impacto do adiamento que, diga-se de passagem, foi a decisão acertada”, explica Eduardo Musa, presidente da CBSk.

Já na Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), que já tem a equipe feminina de sevens garantida em Tóquio, a estimativa é ter um gasto a mais no próximo ano, até para oferecer uma preparação melhor ainda para as “Yaras”. Já o time masculino ainda tem uma chance de se classificar, na disputa do Pré-Olímpico Mundial. Mas as chances são pequenas, por causa da força dos adversários que os “Tupis” irão enfrentar.

“Nosso custo específico previsto com a seleção feminina de sevens deve ficar por volta de R$ 2,6 milhões por ano, sem contar o rateio da despesa administrativa. Esse valor inclui passagens e viagens para competições, salários de staff técnico, bolsas das atletas, hospedagens e alimentação, além dos custos do NAR (Núcleo de Alto Rendimento) e da Academia”, comenta Jean Luc Jadoul, CEO da CBRu.

Ele lembra que na temporada 2019 e 2020, as Yaras fizeram parte do Circuito Mundial de Sevens, em que joga a elite feminina do rúgbi. “Isso está dando a elas um alto volume de jogos contra as 11 melhores seleções do mundo. É a melhor preparação possível pensando nos Jogos Olímpicos. Inclusive, devido à pandemia de covid-19, algumas etapas que ocorreriam neste segundo trimestre de 2020 foram postergadas”, diz.

Com a mudança de data dos Jogos Olímpicos, a CBRu optou por investir mais na seleção feminina, a fim de tentar fazer um bom papel em Tóquio. “Pensando nesse cenário, pretendemos gastar um pouco mais para participar de alguns torneios fora da América do Sul ou fazer um intercâmbio no primeiro semestre de 2021. Teremos assim um custo adicional de cerca de R$ 300 mil referente às despesas dessas viagens”, revela Jadoul.

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