O ex- Nelson Meurer (PP) morreu na manhã deste domingo, 12, vítima da covid-19, aos 77 anos. Ele estava internado em um hospital particular desde terça-feira, quando deixou a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PR), onde cumpria pena de 13 anos, 9 meses e 1o dias de prisão por e lavagem de dinheiro.

Em junho, a Segunda Turma da Corte negou pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa do ex-parlamentar, que alegou risco de contaminação e complicações causadas pelo novo . Por maioria de votos, os ministros rejeitaram o recurso.

Primeiro político condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Lava Jato, Meurer foi acusado de receber propina para dar apoio político à permanência de Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento da Petrobrás. Ele foi condenado pela Segunda Turma do Supremo em maio de 2018. Em outubro do ano passado, após o esgotamento dos recursos, o ministro Edson Fachin, determinou a prisão do ex-parlamentar.

Em abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, a defesa de Meurer entrou com recurso no Supremo para que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar, alegando que ele estava no grupo de risco por ser idoso, ter diabetes e cardiopatias. Fachin negou o pedido, afirmando que não havia superlotação na penitenciária nem outros presos contaminados.

Neste domingo, o advogado Michel Saliba lamentou a decisão de Fachin: “Ele (Meurer) não teria a menor condição de sobreviver naquele presídio, mesmo antes do coronavírus.”

Nascido em 23 de julho de 1942 em Bom Retiro (SC), Meurer era ligado ao setor agropecuário. Nos anos 1990, presidiu o sindicato dos produtores rurais de Francisco Beltrão (PR), município que administrou de 1989 a 1993. Em 1995, ganhou eleição para o primeiro de seis mandatos consecutivos na , pelo . Em 2018, já condenado pelo Supremo, não se candidatou.

Apesar de passar 24 anos na Câmara dos Deputados, Meurer teve uma atuação discreta em plenário. Em 2016, votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff: “Pela minha família, pelo meu querido município de Francisco Beltrão, pelo meu querido sudoeste do Paraná e pelos meus eleitores de meu Estado, eu voto sim”, disse, na ocasião.

Meses depois, foi um dos nove parlamentares um dos nove parlamentares do Conselho de Ética que votaram contra a cassação do mandato do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (-RJ), também condenado e preso na Lava Jato. Em 2017, votou contra enviar denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Michel Temer ao Supremo.

A prefeitura de Francisco Beltrão emitiu nota de pesar pela morte de Meurer. “Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família. O prefeito Cleber Fontana decretou luto oficial no município”, diz nota publicada na página oficial da prefeitura.