O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que incluiu nesta terça-feira, 13, o nome do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, em sua lista de procurados.

“A Lista de Procurados Nacional do MJSP possui caráter estratégico para o enfrentamento às organizações criminosas do País. Trata-se de divulgação de lideranças criminosas com atuação nacional e eventualmente internacional”, informou a pasta.

Na prática, o dispositivo funciona como um alerta para as autoridades policiais de todos os 26 estados e da capital federal. O objetivo é limitar os deslocamentos e garantir a prisão caso ele seja localizado. Apesar dos esforços, investigadores trabalham com a hipótese de que o traficante já tenha cruzado a fronteira rumo ao ou à Bolívia.

A Polícia Federal também pediu a inclusão do nome de André do Rap na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Com isso, o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) passa a ser procurado internacionalmente.

Antes de ser preso, em setembro do ano passado, André do Rap passou cinco anos . Ele foi capturado pela Polícia Civil em uma mansão em Angra dos Reis, no litoral do Rio. Na sequência, foi encaminhado à Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista, de onde saiu na manhã do último sábado, 10.

A autorização para deixar o sistema prisional veio do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido da defesa e determinou a soltura. Na decisão liminar, o ministro afirmou que o prazo para manutenção da prisão preventiva foi esgotado e que a continuidade da medida cautelar era ilegal uma vez que não houve decisão judicial decretando sua renovação nos últimos 90 dias – conforme prevê a legislação desde que foi aprovado o Pacote Anticrime. A decisão chegou a ser derrubada pelo presidente da Corte, , mas àquela altura o alvará de soltura já havia sido cumprido.

Ao tomar conhecimento da decisão, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou as redes sociais para criticar Marco Aurélio e anunciar uma força-tarefa de policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) deslocada para tentar encontrar o traficante.

Em entrevista ao Estadão, delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável por conduzir a operação que prendeu André do Rap e integrante da força-tarefa que agora tenta recapturar o líder do PCC, apontou uma série de fatores devem dificultar a localização do líder do traficante, como seu “poderio financeiro”, sua “rede de contatos” e seu “trânsito internacional muito grande'.

“Por esse poder aquisitivo, pela rede de contatos – ele já morou na Holanda -, ele tem um trânsito internacional muito grande. Então isso que vai dificultar a recaptura dele. Ele tem varias empresas ‘laranja' também. Consegue usar esse poderio financeiro para conseguir fugir”, registrou o delegado.