Pular para o conteúdo
Brasil

Brasil promete neutralizar emissões de gases do efeito estufa até 2060

A nova meta do Brasil no Acordo de Paris, a chamada Contribuição Nacional Determinada (NDC, da sigla em inglês), será a neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa até 2060. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (8) pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “A nossa contribuição nacional determinada a ser apresentada, […]
Arquivo -

A nova meta do no Acordo de Paris, a chamada Contribuição Nacional Determinada (NDC, da sigla em inglês), será a neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa até 2060. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (8) pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“A nossa contribuição nacional determinada a ser apresentada, agora que aprovada pelo governo brasileiro, reafirmando os nossos compromissos, colocando o compromisso brasileiro com a neutralidade de emissões até 2060. E destacando também a possibilidade de este prazo ser reduzido consoante sejam implementados os mecanismos de mercado previstos no Acordo de Paris”, afirmou Salles após reunião do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, no . Ele estava acompanhado dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Teresa Cristina (Agricultura) e (Ciência e Tecnologia), que fazem parte do comitê. Os detalhes da nova meta brasileira, aprovada por unanimidade entre os ministros, serão informados em um comunicado oficial a ser emitido pelo Itamaraty nesta quarta-feira (9).

Neutralizar a emissão de gases de efeito estufa, segundo o Acordo de Paris, significa mudar a matriz energética para fontes sustentáveis que não dependem de queima de combustíveis fósseis e que façam com que o clima não exceda a média atual em 1.5 grau Celsius (estimativa agressiva) ou 2.0 graus Celsius (estimativa conservadora). É uma mudança na economia, eliminando combustíveis fósseis e outras fontes de emissões de gás carbônico onde for possível nos setores de transporte, geração de energia e na . Para outras fontes, a cada tonelada de gás carbônico emitida, uma tonelada deve ser compensada com medidas de proteção climática, com o plantio de árvores, por exemplo.

Até o anúncio desta terça-feira, a NDC ratificada pelo governo brasileiro, em vigor desde 2015, previa que até 2025 as emissões de gases de efeito estufa seriam reduzidas a 37% em relação a 2005, ano em que o país emitiu aproximadamente 2,1 bilhões de toneladas de gás carbônico. Para 2030, a meta seria uma redução de 43%.

Ainda de acordo com Salles, durante o pronunciamento no Palácio do Planalto, esse prazo de neutralidade até 2060 poderá ser antecipado, desde que o Brasil receba verbas anuais de US$ 10 bilhões para projetos de preservação ambiental já a partir de 2021. Essas verbas são contribuições financeiras de nações desenvolvidas para o atingimento das metas previstas no acordo do clima.

“Em anexo à nossa NDC, nas questões do questionário que vai em anexo, nós explicitamos a forma que entendemos ser necessária, do ponto de vista de crédito e mercado, para o recebimento dos recursos. Recebimento este que pode ser através dos mecanismos do artigo 6º do Acordo de Paris, e do programa já em funcionamento do governo federal, de pagamento por serviços ambientais, o Floresta+, à razão de US$ 10 bilhões por ano, a partir do ano que vem. Portanto, em havendo o recebimento, neste fluxo, de recursos financeiros para estas destinações, nós consideraremos a hipótese de tornar o nosso compromisso de neutralidade, hoje assumido para 2060, em prazo anterior”, afirmou o ministro. Ele não informou, no entanto, em quanto poderia ser reduzido o prazo da nova meta, que dependerá de avaliações posteriores, de acordo com a aplicação dos recursos.

A chamada “neutralidade carbônica” a ser buscada pelo governo brasileiro é a mesma meta definida, em setembro, pela China, que é o maior emissor mundial de gases do efeito estufa. O Brasil figura como o sexto maior emissor de gases poluentes na atmosfera.

Acordo de Paris

Em 2015, o Brasil se juntou a mais de 190 países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima na assinatura do chamado Acordo de Paris. Pelo acordo, que foi resultado de mais de 20 anos de negociação, as nações definiram objetivos de longo prazo para limitar o aquecimento da temperatura global em níveis abaixo de dois graus Celsius, se possível a 1,5 grau, até o final deste século. A partir dos compromissos do Acordo de Paris, o Brasil definiu a sua NDC.

A meta considera os níveis pré-revolução industrial (1750) implementada a partir de 2020. A redução significativa do aquecimento global e o cumprimento dos compromissos do Acordo de Paris ainda estão entre as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com o qual o Brasil também se comprometeu até 2030.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Após se esconder atrás de servidora durante briga, prefeito presta depoimento na delegacia

Advocacia-Geral da União (AGU)

AGU pede bloqueio de R$ 2,5 bi de 12 associações por fraudes no INSS

Papa Leão estava com passagem comprada e viria ao Brasil no final de abril para Assembleia

Santuário de Campo Grande celebra anúncio do novo Papa: “Grande alegria”

Notícias mais lidas agora

Cardeal norte-americano Robert Prevost é o novo papa, confira

LISTA: confira nomes de alvos da PF em investigação contra grilagem de terras da União em MS

rota da celulose

Com investimento de R$ 217 milhões, Consórcio K&G leva Rota da Celulose em MS

Promotoria cobra reestruturação da Controladoria de Amambai após identificar fragilidades

Últimas Notícias

Cotidiano

Fumacê percorre sete bairros de Campo Grande nesta quinta-feira

A orientação é que os moradores abram portas e janelas das residências para que veneno consiga atingir os locais onde há maior probabilidade de estarem os mosquitos

Brasil

Flávio Dino revoga prisão de empresário turco-brasileiro preso a pedido do governo Erdogan

Defesa alegou que empresário turco foi naturalizado brasileiro e reside no país desde 2004

Política

“Que seja guiado pela luz do amor e diálogo”, deseja Soraya Thronicke ao Papa Leão XIV

Senadora destacou legado de Papa Francisco e valores que considera importantes

Brasil

STF anuncia acordo para uso de câmeras corporais pela PM de São Paulo

Está previsto a implementação de um sistema de inteligência para evitar o desligamento proposital das câmeras