Diário Oficial da União desta terça-feira, 28, traz a nomeação de André Mendonça, que ocupava a chefia da Advocacia-Geral da União (AGU), como ministro da Justiça e Segurança Pública. O cargo estava vago desde a sexta-feira, (24), quando Sérgio Moro pediu demissão e acusou o presidente Jair Bolsonaro de ingerência na Polícia Federal. O presidente também nomeou o amigo dos filhos, , como diretor-geral da PF.
O novo ministro da Justiça, que também é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, tem apoio da ala militar do governo e integrava a AGU desde 2000, quando encerrou sua atividade como concursado da Petrobras. O substituto de Mendonça na AGU é José Levi Mello do Amaral Júnior, que até então atuava como procurador-geral da Nacional.
Já Ramagem, que era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), substitui Maurício Valeixo, cuja exoneração pelo presidente resultou na crise vivida hoje no Palácio do Planalto, com a demissão de Moro.
Delegado de carreira da PF, Ramagem se aproximou de Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é um dos seus principais apoiadores, influenciando na decisão que o levou ao comando da agência de inteligência em junho passado.
Carlos e Ramagem se aproximaram na época em que o novo diretor da PF era assessor especial da Secretaria de Governo, quando o então chefe da pasta,  general Carlos Santos Cruz, foi demitido, em junho, na esteira de críticas contra a linha ideológica de Bolsonaro e seus filhos na Comunicação do governo.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Carlos é investigado pela PF como um dos articuladores de um esquema criminoso para espalhar fake news. Bolsonaro quer Ramagem à frente da corporação que apura a conduta do próprio filho.