Avião deve chegar na China na sexta e levar 34 pessoas a Anápolis no sábado

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou hoje que o Brasil não tinha uma aeronave adequada para fazer o resgate de brasileiros que vivem na região de Wuhan, na China, epicentro do surto do novo coronavírus. Pouco antes da decolagem de dois aviões da frota presidencial, que saíram às 12h20 desta quarta-feira, […]

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O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou hoje que o Brasil não tinha uma aeronave adequada para fazer o resgate de brasileiros que vivem na região de Wuhan, na China, epicentro do surto do novo coronavírus. Pouco antes da decolagem de dois aviões da frota presidencial, que saíram às 12h20 desta quarta-feira, dia 5, o ministro disse que o governo Jair Bolsonaro agiu “rápido”.

“O governo Bolsonaro deu uma resposta bem rápida”, disse o ministro Fernando Azevedo. Questionado pelo Estado sobre o fato de países europeus e o Japão já terem iniciado as tratativas e até o efetivo resgate de seus cidadãos desde o fim do mês passado, o ministro disse que as condições são “diferentes”. O Brasil só decidiu realizar a busca no domingo passado. A missão foi planejada e preparada, com envio de equipamentos do Rio de Janeiro, em 48 horas.

“Olha as distâncias, olha os recursos que eles têm. A Força Aérea não tinha um avião para buscar, esse aí é do presidente. Olha a diferença”, afirmou o ministro. Segundo o general, não havia também aeronaves de uso militar disponíveis. “Não tem. O KC-390 que seria o avião indicado, foi entregue o primeiro e nós estamos em fase de testes. Estamos muito defasados em relação a isso aí.”

No total, o governo vai repatriar 34 brasileiros, mas o número pode aumentar até sexta-feira, data prevista para chegada na China e imediato retorno, indicou secretário de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. Os dois VC-2, modelo Embraer 190, têm capacidade para 30 passageiros cada, fora as equipes de médicas e tripulação de 11 militares.

“Temos uma disponibilidade passada para o Ministério das Relações Exteriores e eles vão definir quem são esses passageiros”, disse Damasceno.

Em cada aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), irão tripulantes e sete médicos, sendo seis militares e um infectologista especialista em epidemias do Ministério da Saúde. Além disso, haverá um cinegrafista da Empresa Brasil de Comunicação. Os 34 passageiros serão divididos entre as duas aeronaves, para minimizar riscos de infecção. O médicos também devem se revezar a cada 3 horas no contato com os passageiros a bordo.

O ministro destacou a “presteza, rapidez e prontidão” da Aeronáutica. “É uma missão real, uma ajuda humanitária real aos nossos brasileiros que estão em Wuhan”, destacou o ministro.

A previsão da FAB é que os aviões aterrissem em Wuhan na madrugada de sexta-feira e iniciem a perna de retorno no mesmo dia, embora operações semelhantes de outros países tenham apresentado atrasos nos trâmites de embarque por causa dos protocolos de saúde. A chegada ao Brasil é prevista para a manhã de sábado.

Nesta terça-feira, dia 4, dois Legacys da FAB já haviam decolado com equipes de bordo e técnicos de aeronave farão revezamento em uma escola prevista na Polônia. Os aviões param em Fortaleza (CE), Las Palmas (Espanha), Varsóvia (Polônia) e Urumqi (China), antes de pousar em Wuhan. O trajeto de volta é o mesmo, porém com pouso previsto para ocorrer na madrugada de sábado em Anápolis (Goiás), onde ficarão em quarentena de 18 dias. Após inspeções e exames feitas por autoridades chinesas no próprio aeroporto, só serão liberados para embarque de volta ao País os brasileiros que não apresentarem sintomas de infecção pelo novo coronavírus.

“Todas as pessoas que vão embarcar estão sadias, não há nenhuma evidência do vírus”, disse Damasceno.

Como os passageiros resgatados podem apresentar evolução nos sintomas durante o voo de volta, as equipes médicas militares foram treinadas pelo Instituto de Medicina Aeroespacial para realizar uma evacuação e instalar um equipamento “bolha” no paciente. No retorno, os médicos usarão máscaras com especificação a bordo para evitar infecção no contato com os passageiros.

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