Filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), usou sua conta no Twitter para comunicar que está tranquilo, na esteira da prisão de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, que estava na casa do advogado do presidente, Frederick Wassef, havia um ano. 

“O jogo é bruto”, escreveu o senador nas redes sociais, sugerindo que seu pai é vítima de forças ocultas que movimentaram peças num tabuleiro para atingi-lo. “Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”.

Prisão

Além de Queiroz, a operação da da Polícia Civil e do Ministério Público também teve como alvo Alessandra Esteves Marins, que exerce um cargo de confiança no gabinete do parlamentar, com salário de R$ 8.996,28. Alessandra é lotada no escritório de apoio do senador que fica no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A assessora já trabalhou com Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e está entre os investigados pela suspeita de “rachadinha” – o desvio dinheiro dos salários dos funcionários públicos.

Também foram alvo da operação Matheus Azeredo Coutinho, que ainda é servidor da Alerj, a ex-servidora Luiza Paes Souza, o advogado Luis Gustavo Botto Maia e a ex-mulher de Queiroz, Márcia Aguiar.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, foram decretadas medidas cautelares contra eles, que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em juízo e a proibição de contato com testemunhas.

‘Operação tranquila'

A de Queiroz foi “tranquila”, segundo o delegado Nico Gonçalves, da Divisão de Capturas da Polícia Civil. O mandado cumprido, segundo a Polícia Civil de São Paulo, foi de prisão preventiva, determinada pela Justiça do Rio. Queiroz teve a prisão lavrada em São Paulo, mas foi transferido para o Rio, onde será ouvido.

O ex-assessor vinha sendo monitorado por investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado () da Polícia Civil de São Paulo há meses, segundo policiais civis. Após sua detenção, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, no centro de São Paulo, e levado para o Palácio da Polícia, onde assinou documentos da prisão.

Sigilo

Em entrevista concedida à CNN, o delegado responsável pela operação, Osvaldo Nico Gonçalves, disse que os policiais não sabiam quem iriam prender. O objetivo foi evitar qualquer .

“Não demos ciência para os policiais para não haver nenhum tipo de vazamento, nada. Ontem fomos contatados pelo delegado geral que recebeu a missão do Ministério Público, e nós cumprimos com êxito. A gente fez um briefing hoje por volta de 4 horas na nossa sede e seguimos pro local junto com os promotores públicos”, disse.