Em entrevista concedida à CNN, o delegado da Polícia Civil de São Paulo responsável pela operação que prendeu o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Fabrício Queiroz, nesta madrugada (18), disse que os policiais não sabiam quem iriam prender na operação. O objetivo foi evitar qualquer vazamento de informação.

“Não demos ciência para os policiais para não haver nenhum tipo de vazamento, nada. Ontem fomos contatados pelo delegado geral que recebeu a missão do Ministério Público, e nós cumprimos com êxito. A gente fez um briefing hoje por volta de 4 horas na nossa sede e seguimos pro local junto com os promotores públicos”, disse Osvaldo Nico Gonçalves à CNN.

O promotor responsável pelo mandado de prisão, Jandir Moura Torres Neto, confirmou a preocupação com o vazamento da operação. Para isso, não foram feitas diligências no local da prisão, como é feito de costume pela polícia. “Inicialmente, as ordens vieram indicando somente o endereço, não havia referência indicando qual seria o imóvel. Pelas pesquisas iniciais verificamos que se tratava de um escritório de advocacia. Por isso tivemos o cuidado de fazer contato com a comissão de diligências da OAB de Campinas, para não haver qualquer tipo de vazamento”, disse.

“Por conta da sensibilidade do alvo tomamos cautelas adicionais, entre elas não realizamos diligências no local. Essa parte não pôde ser realizada”, acrescento Neto.

Prisão

Policial Militar aposentado, Queiroz foi preso nesta quinta-feira, 18, em Atibaia, no interior de São Paulo, numa operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Ele estava num imóvel do advogado de Flávio e não teria reagido.

A prisão faz parte de desdobramento da investigação que apura esquema de “” na do Rio de Janeiro, que é o desvio de públicos por meio da devolução parcial de salário pelos assessores. Ele também é investigado por fazendo transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados.

Queiroz é investigado pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro após um relatório do Coaf, revelado pelo Estadão em dezembro de 2018, apontar movimentação atípica em sua conta de R$ 1,2 milhão. Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Queiroz, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e nove empresas entre 2007 e 2018.