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Brasil

SUS deve atuar como protagonista em tragédias, afirma especialista

Reunidos por uma preocupação com o estado de saúde mental de vítimas de grandes tragédias, como os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, funcionários de vários órgãos do governo e da ONG Médicos Sem Fronteiras se reuniram em um ciclo de palestras que discute ações e estratégias para preparar profissionais que atendem comunidades afetadas […]
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Reunidos por uma preocupação com o estado de saúde mental de vítimas de grandes tragédias, como os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, funcionários de vários órgãos do governo e da ONG Médicos Sem Fronteiras se reuniram em um ciclo de palestras que discute ações e estratégias para preparar profissionais que atendem comunidades afetadas por desastres.

De acordo com o psicólogo Sérgio Rossi, que atuou como coordenador de saúde mental durante o desastre de Mariana e é um dos multiplicadores de conhecimento do ciclo, a melhor forma de tratar pessoas que passaram por experiências traumáticas em larga escala é multiplicar as Redes de Atenção Psicossocial (RAPS). O foco dessas redes é promover cuidados essenciais a pessoas em situações de risco psicológico, mental e social sem ferir direitos pessoais.

“É preciso discutir, refletir e pensar na saúde mental de pessoas que sofrem tragédias. As políticas públicas precisam se organizar para apresentar respostas que garantam cuidado, proteção e possibilidades de retomar e recuperar as vidas”, afirma Rossi.

De acordo com o psicólogo, o impacto de tragédias em grande escala não é mensurável nos momentos iniciais, razão pela qual é necessário treinar equipes multidisciplinares para atuar nos primeiros socorros das comunidades afetadas. “O nosso SUS deveria ter todo o protagonismo no socorro de vítimas de tragédias. A melhor estratégia para garantir a saúde mental e o apoio necessário a essas pessoas é usar o nosso Sistema Único de Saúde como um campo intersetorial, multidisciplinar, com apoio de políticas e instituições”, declarou.

Diversificação de atendimento

O ciclo de palestras marca a primeira reunião entre órgãos governamentais federais, estaduais e municipais e entidades do terceiro setor. Funcionários dos ministérios da Cidadania, da Saúde, do Desenvolvimento Nacional, membros da Defesa Civil, das secretarias de saúde estaduais e municipais foram sorteados para a iniciativa.

Jordan Lima, terapeuta ocupacional de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) na Bahia, resolveu participar da formação por acreditar que desastres que anulam direitos básicos e afetam a saúde mental das pessoas ocorrem no cotidiano.”Pessoas em situação de rua que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas estão em uma posição parecida com a de pessoas que passam por desastres. E essas cidades [Mariana e Brumadinho] tinham pessoas já nessa situação [de rua]. Essas populações perdem totalmente o amparo do Estado”.

Mais conhecimento, melhor atendimento

Para a doutora Débora Noal, uma das organizadoras do evento, o compartilhamento de conhecimentos sobre grandes desastres já tem resultados concretos. “Dentro da realidade da assistência psicossocial, já podemos ver claramente que houve uma evolução entre Mariana e Brumadinho. Nas primeiras 24 horas do rompimento da barragem de Brumadinho já havia a presença dos três entes federados e de organismos internacionais discutindo ações de mitigação de danos e de manutenção da saúde dos afetados. Em Mariana, essa mesma ação demorou quase um mês”.

A psicóloga disse ainda que já é possível traçar um perfil das doenças e transtornos mentais mais comuns que acometem pessoas em tragédias. “Nas primeiras 72 horas, as reações são as mesmas em pessoas do mundo inteiro: taquicardia, pânico, sudorese. Mas no fim do primeiro mês, esses sintomas evoluem para dores de cabeça intensas, insônia, ataques de pânico e dissociação da tragédia, que é quando a pessoa não se vê como alguém que passou por aquela situação”, explica.

As palestras sobre cuidados de saúde mental em tragédias acontecem em , na Escola da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na de Brasília, até sexta-feira (08), e deverão ser transformadas em um curso à distância para profissionais que atuam na área.

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