Na manhã desta terça-feira (05), a Polícia Federal cumpre uma série de mandatos de busca, apreensão e de sequestro de bens, que foram autorizados pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. A investigação tem objetivo de apurar supostos pagamentos de propina que parlamentares do MDB receberam para apoiar o PT nas Eleições 2014. A espécie de suborno teria sido paga pelo grupo J&F, responsável pela JBS.

Segundo informações da Veja, entre os alvos da operação estão: Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU). Alguns dos parlamentares já se pronunciaram sobre o possível envolvimento.

O advogado de Renan Calheiros, Luiz Henrique Machado, publicou uma nota informando que o senador foi apenas intimado. “Senador Renan não foi alvo de operação. Não há busca e apreensão, como também não há qualquer determinação a ser cumprida nas dependências do Congresso. Entregaram uma simples intimação para prestar esclarecimentos. Nada mais que isso”, escreveu.

Já o senador Eduardo Braga usou o Twitter para expôr uma foto da intimação. “Compartilho com vocês o documento de “agendamento de oitiva”, recebido por mim e por vários senadores. Alerto de que que quaisquer outras informações que ultrapassem este agendamento trata-se de fakenews”, escreveu na publicação.

A investigação

A operação começou a partir das suspeitas levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud,  ex-diretor  de relações institucionais da J&F, e de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Nas declarações de Saud aparecem acusações da existência de pagamentos de 46 milhões de reais a senadores do MDB, a pedido do PT.

De acordo com o executivo, mesmo com diversas doações oficiais, esses pagamentos seriam uma “vantagem indevida”. Na linha de pensamento de Saud, os dirigentes petistas estariam comprando o apoio de peemedebistas nas eleições de 2014 com intuito de garantir a aliança entre os dois partidos.

Segundo Saud, os pagamentos milionários teriam o objetivo de manter o MDB estável. Na época havia o risco dos integrantes do partido apoiarem a campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.

Esse esquema teria beneficiado os seguintes senadores: Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Eunício Oliveira (MDB-CE), Renan Calheiros (MDB-AL), Valdir Raupp (MDB-RO); e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego. Até o momento todos negam irregularidades.