PSL se confunde na CCJ e quase retira Previdência da pauta

O PSL quase cometeu um ato falho na tarde desta terça-feira, 9, na sessão da Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que orientava o voto sobre um requerimento de retirada de pauta da reforma da Previdência, se empolgou durante o discurso, em que defendia o armamento da população, […]

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O PSL quase cometeu um ato falho na tarde desta terça-feira, 9, na sessão da Comissão da Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que orientava o voto sobre um requerimento de retirada de pauta da reforma da Previdência, se empolgou durante o discurso, em que defendia o armamento da população, e terminou defendendo o “sim” à retirada de pauta. Assessores da liderança do PSL correram para corrigir o deputado, que emendou a orientação “não”.

O partido do presidente Jair Bolsonaro se articula desde cedo para mostrar maior empenho pela aprovação da reforma, após um apagão na articulação na semana passada ter deixado o ministro da Economia, Paulo Guedes, nas mãos da oposição.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL), uma das que apresentou o requerimento de retirada da reforma de pauta, argumentou que a proposta de criação de um regime de capitalização (segundo o qual o trabalhador contribui para uma conta individual) é inconstitucional.

Ela ainda criticou o modelo adotado no Chile, “país no qual o senhor Paulo Guedes e o senhor presidente se inspiram”. Ela disse também que o Chile viveu uma “ditadura sanguinária” e até hoje paga os custos de transição da capitalização. Em audiência na semana passada na CCJ, Guedes rebateu as comparações da proposta brasileira com o modelo chileno.

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que, após a sessão desta terça-feira, haverá reunião entre líderes na CCJ para tentar um acordo de procedimentos para a próxima semana. O deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA) defendeu a permissão, por meio de acordo, de que todos os deputados que queiram se inscrever para usar a palavra tenham esse direito. “Que não seja usado instrumento regimental para pôr fim à discussão”, argumentou o relator da reforma do ex-presidente Michel Temer.

Francischini disse que haverá reunião de lideranças “para formular algum acordo nesse sentido”. A intenção do governo é começar as discussões ainda na segunda-feira, dia 15, para garantir a aprovação da admissibilidade do texto até a quarta-feira, 17.

Oposição questiona comando

A oposição questionou nesta terça-feira a isenção do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), para levar adiante os trabalhos do colegiado. O estopim foi a permissão para que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e outros parlamentares da liderança do governo ocupassem assento à mesa.

A mesa da CCJ é composta apenas por Francischini e pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), que exerce a vice-presidência, mas não está presente à sessão. Assessores da comissão também ocupam assento à mesa.

A reclamação pela presença de Joice e do vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (MDB-RS), partiu da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e logo se transformou num embate praticamente pessoal entre ela e Joice – uma prévia do antagonismo que deve ocorrer entre as duas e também Bia Kicis e Erika Kokay (PT-DF) no Congresso Nacional.

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