As chances de a Odebrecht conseguir um consenso em torno de um plano factível de ser aprovado em assembleia de credores são reais, apesar do emaranhado de desafios que os reestruturadores da companhia têm à frente, avalia o sócio-fundador da Integra Associados, Renato Franco, que trabalha na reestruturação de empresas.

As dívidas totais da Odebrecht somam quase R$ 100 bilhões, a maior reestruturação da história do País. “É um conglomerado muito grande, de peso no mercado de infraestrutura, geração de empregos e know how, para que não se busque uma solução”, disse ao Estadão/Broadcast.

Ele compara o caso à reestruturação da Oi, que era, até a Odebrecht pedir recuperação judicial, a maior da América Latina. “São empresas muitos grandes e que envolvem muitos interesses para que se deixe quebrar.”

Na mesa de negociações da Odebrecht estarão as ações da petroquímica Braskem e de outras empresas que foram dadas como garantia para empréstimos concedidos pelos grandes bancos e que estão fora da recuperação judicial, fazendo com que as negociações sejam duras e difíceis.

Alvo

A petroquímica, considerada o melhor ativo do grupo (a Odebrecht tem 50%), é alvo de um movimento do Ministério Público que congelou a distribuição dos dividendos e ainda instituiu um ônus de mais de R$ 20 bilhões a título de indenizações por danos socioambientais em Alagoas.