Era uma manhã comum, até que ao tirar o carro da garagem, foi atingido por um caminhão de lixo em alta velocidade, que arranhou a lataria do veículo. Sem pensar duas vezes, o homem foi atrás do caminhão para tirar satisfação.

O que ele não esperava era o pedido para ir embora. “Pelo amor de Deus, vai embora”, ouviu o homem. Logo em seguida, duas viaturas da GM (Guarda Municipal) encostaram e a troca de tiros começou.

Esse foi um dos momentos do no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, que aconteceu na manhã de quinta-feira (17). Um carro forte com grande quantia de dinheiro foi roubado dentro do terminal de cargas do aeroporto.

Em entrevista ao G1, o homem, que teve o carro danificado durante a fuga dos criminosos, contou sobre o momento de tensão. “Eu me abriguei e fiquei com medo, porque se soubesse que era bandido nem tinha ido atrás. Pensei no meu filho, que tem quatro meses só. Vi, por um momento, ele sumir da minha vida, junto com minha esposa e minha família”, lembrou ele sobre o tiroteio.

Danos além do material

Em certo momento da fuga, os assaltantes desceram dos veículos e invadiram algumas casas. Uma delas era a do metalúrgico Kleverson Sanches, que conversou com a equipe do G1.

Na casa de Kleverson houve troca de tiros entre os policiais e os dois criminosos, que acabaram mortos. Quando a equipe de reportagem chegou ao local, o metalúrgico estava limpando a casa.

“É uma sensação estranha, né? Não é o que a gente espera. A gente constrói um sonho, constrói a casa para ser o lar da gente e aí de repente você vê tudo, não digo destruído, mas de pernas para o ar”, desabafou.

Embora a troca de tiro tenha acontecido na área externa do terminal, os passageiros que estavam prestes a embarcar, também sentiram a angústia do momento. O motorista de aplicativo, João Guilherme Bueno, que estava no aeroporto lembra da correria. “Pessoal se assustou, começou a correr, pular catraca, largar mala. Aí tinha mulher com criança, senhor, idoso, todo mundo saiu correndo, uns se jogaram para baixo do carro”, disse ao G1.

Entenda o assalto

Por volta das 09h50, da quinta-feira (17), a quadrilha formada por pelo menos 20 pessoas entrou no aeroporto utilizando duas caminhonetes clonadas, e adesivadas com logos da aeronáutica. Ao passarem pelos equipamentos de segurança, os pneus foram furados.

Entre às 10h e 10h20 o aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens. Um carro-forte estava na pista do terminal de cargas, para descarregar a quantidade de dinheiro num avião, foi roubado.

Os assaltantes usaram o carro-forte para passar pelo portão do terminal, local onde houve troca de tiros e dois seguranças foram baleados. Do lado de fora do aeroporto, os criminosos mudaram de veículo e fugiram com duas outras caminhonetes.

Durante a fuga, três caminhões foram incendiados no quilômetro 68, da Rodovia Santos Dumont, que ficou interditada, nos dois sentidos, por uma hora e meia. Para tentar despistar os policiais, os assaltantes mudaram os malotes de dinheiro para um caminhão de lixo, e continuaram a fuga.

O caminhão foi interceptado por duas viaturas da PM. Um policial foi feito de , e usado como escudo humano para que os assaltantes passassem a barreira. Houve troca de tiros, e os malotes foram abandonados no caminhão, junto com o policial refém.

Os criminosos fugiram com a viatura da Guarda Municipal, e logo em seguida tentaram fazer um homem de refém. Dois deles foram mortos, e o refém não foi ferido. Outro assaltante entrou numa casa e fez uma mulher e um bebê de reféns.

O homem foi morto por um sniper. Durante a operação a mulher acabou sendo ferida na perna, mas o bebê não sofreu nenhum ferimento.

Os outros criminosos ainda não foram encontrados. Todas as informações e detalhes do crime foram passadas pela Polícia Militar, e divulgadas pelo portal G1.