Depois de oito horas de audiência na comissão especial da , o ministro da Economia, , fez um mea culpa e se desculpou por ter se “excedido” em alguns momentos na comissão. A audiência começou pouco depois de 14h30 e terminou por volta de 22h40.

“Tenho total respeito institucional pela casa, aposto na casa. O respeito é absoluto. Mas merece respeito quem respeita, e em alguns momentos me senti desrespeitado. As referências [feitas pelos deputados] são mentira, falta de honestidade. Há acusações que quem vem de fora da política, não está acostumado, eu não tenho costume de ouvir isso, não”, afirmou.

Guedes disse ainda ter ouvido “equívocos contundentes” durante a comissão. Ele voltou a dizer que a proposta do governo é em dois estágios, reforma do modelo atual de previdência e lançamento de um novo regime de capitalização, e que, para lançar o segundo, é necessário um impacto da reforma de cerca de R$ 1 trilhão. “Se não quiserem capitalização, quem sou eu para dizer que estão errados?”, questionou.

O ministro disse que os pilares do modelo ainda serão discutidos, mas ressaltou discordar dos que defendem que, no início, os trabalhadores com maior rendimento migrem para a capitalização. “Deixar quem já tem dinheiro capitalizar é muito fácil, ele pode colocar no banco e ficar mais rico ainda. Aí quem é pobre é solidário e fica no regime atual?”, questionou.

Guedes disse ainda que quer que o juro trabalhe “a favor do trabalhador” e que os mais ricos já têm o dinheiro na poupança. “Todas as unidades da federação estão quebradas porque o juro trabalha contra”, completou.

O ministro defendeu que apenas novos trabalhadores entrem no regime de capitalização. “Essa geração (atual) não merece ter acesso ao sistema novo, não tem juízo, deixou quebrar. Não existe a menor possibilidade de desativar a previdência que existe. Nós temos que carregar essa cruz, no que estamos propondo é liberar os jovens”, completou.

Guedes culpou ainda o funcionalismo público por não tomar conta dos recursos e citou as perdas por corrupção. “O funcionalismo público não é culpado, mas também não é inocente”, concluiu.