Um militar e 5 suspeitos morrem em megaoperação em comunidades do Rio

Em uma das maiores operações realizadas desde o início da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, 4,2 mil agentes das Forças Armadas e 70 policiais civis participaram, nesta segunda-feira (20) de ações em 26 comunidades vinculadas aos complexos do Alemão, da Penha e da Maré, na zona norte da capital. Blindados e helicópteros […]

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Em uma das maiores operações realizadas desde o início da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, 4,2 mil agentes das Forças Armadas e 70 policiais civis participaram, nesta segunda-feira (20) de ações em 26 comunidades vinculadas aos complexos do Alemão, da Penha e da Maré, na zona norte da capital. Blindados e helicópteros foram empregados nas ações.

Houve confrontos, nos quais dois militares foram atingidos e um deles morreu, o cabo Fabiano de Oliveira Santos. Ferido sem gravidade, o soldado Marcus Vinicius Viana Ribeiro está internado no Hospital Central do Exército (HCE).

“Lamentavelmente, o procedimento irracional da criminalidade é fomentar o confronto. Os nossos militares e policiais estão mais bem equipados e mais bem preparados. Porém, diante de um fuzil que é colocado pelo criminoso em automático e descarregado a esmo, há sempre a possibilidade de acontecerem óbitos”, disse o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli.

Foi confirmada a morte de cinco suspeitos de atacar militares. Foram presas 36 pessoas, entre as quais um homem conhecido como Sonic, apontado como responsável pela guerra de facções em Santa Cruz, na região oeste do Rio. Foram apreendidos 24 armamentos, 828 munições, seis carregadores, três veículos, um colete balístico e cerca de 430 quilos de maconha em tabletes prensados. Os militares fizeram mais de 4,6 mil revistas em carros e pessoas.

A megaoperação envolvia também o cumprimento de mandados judiciais, o que acabou não ocorrendo. Todas as prisões foram feitas em flagrante.

Nas redes sociais, diversos moradores reclamaram da situação. “Um tiro veio do Alemão e pegou no telhado do meu vizinho”, escreveu uma mulher, que se identifica apenas como Lorena. Muitas pessoas relataram medo de sair de casa. Outro  usuário das redes, Joaquim Gomes, contou que o tiroteio começou cedo. “Despertei ao som de tiros e de helicóptero às 5h da manhã na Penha”, publicou.

De acordo com o coronel Cinelli, o objetivo das forças de segurança é fazer cessar os tiroteios. “Eles não são causados por nós, e sim pelos criminosos, que não tem a menor preocupação com a população. Muitos usam fuzil, uniforme camuflado e colete. Não é possível negociar. Se você dá voz de prisão e oferece a possibilidade de rendição e, mesmo assim, o criminoso resolve descarregar seu fuzil, é preciso se defender. Esperamos que isso vá diminuindo. E os números estão melhorando”, afirmou.

O coronel considerou satisfatório o resultado das ações realizadas. Segundo Cinelli, trata-se provavelmente da maior operação, considerando a área de abrangência e a densidade populacional do total das comunidades abrangidas. Outras operações, porém, já mobilizaram um número maior de agentes das Forças Armadas.

Cinelli disse ainda que ações preliminares foram realizadas ao longo da semana, com o intuito de identificar as melhores condições, o melhor horário e os possíveis riscos, para que a população não sofresse danos. Ele destacou que o trabalho de inteligência foi fundamental para as prisões.

Segundo o coronel, as forças de segurança tiveram conhecimento de que criminosos da comunidade de Antares, em Santa Cruz, iam se deslocar para o Complexo do Alemão para ajudar na resistência à operação. Eles foram surpreendidos quando chegavam às comunidades. “Muitas vezes, comenta-se que a inteligência não aparece. E realmente não é para aparecer. No momento em que ela aparecer, deixa de ser inteligência.”

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