O MP-SP (Ministério Público de São Paulo), vai pedir um novo exame de sanidade mental do motoboy Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque. Segundo a instituição, o atestado permitirá mantê-lo longe da vida em sociedade mesmo após o cumprimento máximo da pena prevista em lei (30 anos).
Dos 30 anos de prisão, Francisco já cumpriu 20, devendo ser solto em 2028. Entretanto, a Promotoria de Justiça afirma que o motoboy não deve retornar ao convívio social, devendo ser internado em um hospital psiquiátrico logo após a saída da cadeia.
Ao G1, a promotora Giovana Marinato Godoy, responsável pelo caso, disse que espera que os exames comprovem a impossibilidade de o motoboy voltar às ruas.
“A ideia é entrar com uma ação civil de interdição acumulada com internação em hospital psiquiátrico, que seria na capital”, disse.
Preso em uma unidade penitenciária comum, Francisco não recebe acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, o que pode, segundo a Promotoria, ter agravado sua psicopatia.
Resultado do exame
Se Francisco for considerado inimputável ou semi-imputável poderá ser transferido a um hospital psiquiátrico onde ficará internado para tratamento, continuando com a liberdade restringida.
Durante a internação, o motoboy passará por avaliações médicas contínuas, para saber como anda o tratamento e se é possível que ele volte a viver em sociedade. Se estiver apto, recebe alta, caso contrário, permanece internado.
Se os exames apontarem Francisco como imputável, ele será classificado como ‘normal’, permanecendo na prisão comum até sua soltura em 2028.
Francisco foi diagnosticado por psiquiatras com transtorno de personalidade antissocial, conhecida como psicopatia. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, psicopatas são pessoas sem empatia, ausentes de sentimentos, por isso a psicopatia não é considerada uma doença, mas sim um transtorno.
Como agia
Francisco atraía as vítimas no Parque Ibirapuera para o meio do mato, com a promessa de que faria fotos para um catálogo de beleza. No local, ele obrigava as mulheres a se despirem, as estuprava e depois esganava.
Os corpos passaram a ser encontrados um a um, de janeiro a agosto de 1998, todos em posição de joelho, e apresentando sinais de violência sexual. Além da posição específica, o motoboy deixava marca de mordidas nas mulheres, considerado como sua ‘assinatura’.
Nove mulheres que sobreviveram ao ataque do Maníaco do Parque, disseram à polícia terem sido estupradas por ele.
A Condenação
Preso em agosto de 1998, o Maníaco do Parque alegou Inocência. Porém, depois de alguns dias acabou confessando os crimes de assassinato, apontando a localização exata de onde os crimes aconteciam.
Segundo ele, as mortes foram ordenadas por “vozes malignas”. “Isso é um absurdo na minha vida”, afirmou o Maníaco do Parque na época, que negou ter estuprado as vítimas antes de matá-las.
Francisco foi condenado a 280 anos de prisão, contudo, pela lei, ele só pode permanecer 30 anos preso, motivo pelo qual poderá ser solto em agosto de 2028.