O estudante de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que publicou vídeo onde afirma que “negraiada vai morrer” foi suspenso nesta terça-feira (30) pela instituição.
Sobre o caso, a universidade divulgou nota repudiando a atitude do aluno e informando que, de imediato, instaurou processo disciplinar contra o estudante, onde foi decido pela suspensão do mesmo. Confira a nota na íntegra:
“A Universidade Presbiteriana Mackenzie tomou conhecimento de vídeos produzidos por um discente, fora do ambiente da Universidade, e divulgados nas redes sociais, onde ele faz discurso incitando a violência, com ameaças, e manifestação racista.
Tais opiniões e atitudes são veementemente repudiadas por nossa Instituição que, de imediato, instaurou processo disciplinar, aplicando preventivamente a suspensão do discente das atividades acadêmicas.
Iniciou, paralelamente, sindicância para apuração e aplicação das sanções cabíveis, conforme dispõe o Código de Decoro Acadêmico da Universidade.”
Demissão
Além da suspensão acadêmica, o estudante também foi demitido do escritório de advocacia em que fazia estágio. O escritório divulgou em suas redes a decisão de retirá-lo do quadro de funcionários.
Em uma publicação no Facebook nesta segunda-feira (29), a empresa divulgou nota de repúdio onde afirma ser contra “qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pela Constituição Federal”.
O caso
No último domingo (28), o acadêmico de direito publicou um vídeo a caminho da votação de segundo turno onde afirma estar “indo votar ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo. Tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, caralho”.
Veja o vídeo:
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) informou, por meio de nota, que a Promotoria de Direitos Humanos “requisitou a instauração de inquérito policial e também representou junto à comissão de ética da OAB, para apuração da conduta do estudante”.
Reação
Estudantes da Mackenzie, instituição onde o autor do vídeo estuda, fizeram protesto nesta terça-feira (30) contra o teor da publicação. Os alunos pediram que, como punição, o rapaz seja expulso.
Ao G1, uma do Coletivo Negro Afromack informou que alunos estão correndo risco de vida e estão com medo de irem a faculdade. Segundo ela, a denúncia do vídeo partiu dos próprios colegas de curso do rapaz.
“A gente está correndo risco de vida. A gente não pode ir para a faculdade com medo de morrer. A gente pede que ele seja expulso, porque mesmo suspenso ele poderia entrar na faculdade. Não dá para conviver com uma pessoa que fez isso. E ele não pode ser um advogado”, disse a estudante.
