O argentino Adolfo Perez Esquivel, ativista de direitos humanos e ganhador do Nobel da Paz de 1980 e Leonardo Boff, teólogo, escritor, ativista de direitos humanos e professor brasileiro solicitaram visita ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva, os pedidos foram negados pela juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba.

Esquivel também solicitou autorização para inspecionar as instalações onde Lula encontra-se preso, o pedido foi feito na condição de presidente de Organismo de Tutela Internacional dos Direito Humanos (SERPAJ), e amparasse nas Leis de Mandela, uma série de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.

A regra 83 das Leis de Mandela afirma que deve haver inspeções regulares nas unidades e nos serviços penas, inclusive “Inspeções externas conduzidas por órgão independente da administração prisional, que pode incluir órgãos internacionais ou regionais competentes”.

Segundo informações da Agência Brasil a juíza afirmou no despacho, “Efetivamente, não há fundamento legal a amparar a pretensão deduzida”, justificando que o direito dado a órgãos internacionais não é estendido a órgãos sociais de caráter não governamental, já que, embora seja entidade consultiva das Nações Unidas, a SERPAJ não a integra. A juíza ainda afirmou que não há indicativo de violação a direitos de presos na carceragem da PF ().

Em entrevista à rede Telesur Esquivel afirma que “Lula é um amigo de muitos anos e um lutador pela vida de seu povo, estamos tentando, esperando a decisão da juíza que me permita lhe dar um abraço e conversar com ele”

Leonardo Boff, de 79 anos passou o dia dessa quinta-feira (19), sentado em frente à sede de PF em Curitiba, a espera de autorização.

Em depoimento à Lula, Boff afirma “ Eu tô aqui profundamente indignado, porque uma juíza com a cabeça muito pequena não permitiu que um prêmio Nobel da Paz como Esquivel e eu como teu amigo pudéssemos entrar, de forma humanitária, dar te um abraço, mostrar nossa amizade, negaram a nossa humanidade e a tua, por isso eu estou indignado, mas ao mesmo tempo tenho esperança e a esperança é a última palavra”.

Foto -  Joka Madruga/Agência PT