A PM-PR (Polícia Militar do Paraná) abriu nesta segunda-feira (13) um edital para preencher 16 vagas de cadetes, e entre os requisitos de avaliação psicológica da prova está o de “masculinidade”.
De acordo com o edital o critério ‘masculinidade’ deve ser considerado menor ou igual a regular para aprovação. A PM define o requisito como a “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”.
A aprovação no exame psicológico é um dos requisitos básicos para a posse do cargo.Os candidatos também devem no máximo 30 anos e ensino médio completo. A instituição reserva até 50% das vagas para mulheres e deixa claro no edital que independente da classificação, não serão nomeadas mais mulheres do que o previsto na lei estadual 14.804/2005.
“Atingido o limite previsto não serão nomeadas candidatas do sexo feminino independente da
classificação final obtida no certame”, ressalta o edital.
O grupos Aliança Nacional LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexuais) e o Grupo Dignidade publicaram no último sábado uma nota de repúdio ao edital. No documento as entidades afirmam que tal exigência desconsidera a possibilidade de mulheres se candidatarem às vagas, o que consideram discriminatório. Além disse o grupos solicitam providências do Ministério Público, da UFPR (Universidade Federal do Paraná) – banca que realizará o certame- e do Conselho Federal de Psicologia.
“Pedimos a atuação imediata do Ministério Público do Paraná para que o Edital seja revogado e substituído por um que esteja livre de aspectos que reforcem as desigualdades e injustiças presentes na sociedade atual”, afirma a nota à imprensa das entidades.
Outro ponto que chama atenção no edital é a exigência de um nível baixo de amabilidade, o critério é descrito como “Capacidade de expressar-se com atenção, compreensão e empatia às demais pessoas, buscando ser agradável, observando as opiniões alheias, agindo com educação e importando-se com suas necessidades”.
Em nota a PM afirmou “Essa característica (masculinidade), faz parte do instrumento, juntamente com outras sete características também presentes no edital supracitado” e que o teste é comum e utilizado desde 2013 em outras instituições de segurança pública.
