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Brasil

Doleiros tinham regra para evitar políticos, diz delator

Os doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barbosa, funcionários de Dario Messer, afirmaram em interrogatório nesta terça-feira (26) que o sistema que reunia dezenas de operadores financeiros do país tinha uma espécie de “compliance” para evitar contato direto com agentes públicos e traficantes de drogas. O objetivo era evitar ser detectado por investigações criminais no país. […]
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Os doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barbosa, funcionários de Dario Messer, afirmaram em interrogatório nesta terça-feira (26) que o sistema que reunia dezenas de operadores financeiros do país tinha uma espécie de “compliance” para evitar contato direto com agentes públicos e traficantes de drogas.

O objetivo era evitar ser detectado por investigações criminais no país. Eles afirmaram que tinham como foco atuar junto a empresas.

Claret e Barbosa detalharam em como funcionava um sistema que reunia doleiros de todo o país que movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 5,3 bilhões) envolvendo mais de 3.000 offshores em 52 países.

“Nós fazíamos um compliance. Apesar de trabalhar com outros cambistas, a maioria era de confiança nossa há muitos anos. No início da operação do Chebar a gente não sabia com quem ele estava operando. E eu fazia compliance para saber quem eu estava pagando”, afirmou Claret, conhecido como Juca Bala.

“Tinha que saber se estava pagando um traficante de drogas. Nunca quis me meter nesse assunto. A gente fazia tudo para que não chegasse perto de qualquer outra pessoa politicamente exposta, e outros problemas”, disse Juca Bala.

Os dois prestaram depoimento no processo em que são acusados de auxiliar na evasão de divisas de Sérgio Cabral (MDB). Eles foram acionados pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar, operadores do ex-governador do Rio.

Claret disse que só soube que os irmãos Chebar operavam para Cabral anos após o início das transações.

“Nós descobrimos e nos perguntamos: ‘E agora? Como faz?’ Parar não adiantava porque já estávamos envolvidos. Seguimos trabalhando sabendo que estávamos fazendo para a conta dos irmãos Chebar. Claro, eu não gostei. Não me envolvi com outras pessoas porque não quis”, disse Juca Bala.

Ele afirmou ter se recusado a repassar US$ 20 milhões ao ex-presidente da Eletronuclear almirante Othon Pinheiro. A operação havia sido solicitada pela Odebrecht em razão, segundo ele, da obra do submarino nuclear.

Barbosa, conhecido como Toni, também afirmou que repreendeu o doleiro Lúcio Funaro por ter solicitado entrega de valores em escritório do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) com o nome do então parlamentar. “Falei com o Lúcio Funaro: ‘Amanhã um funcionário meu tira uma foto, isso amanhã está no jornal’. Eles mudaram e colocaram [como local de entrega] a sala ao lado.

A delação da dupla gerou a Operação Câmbio, Desligo. As investigações levaram à denúncia de 62 pessoas. O ex-governador é o único cliente final acusado. Os demais são operadores cujos clientes, se descobertos, dão o “potencial explosivo” conferido à investigação pelo procurador Eduardo El Hage, coordenador da Lava Jato no Rio.

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