Executivos da Galvão Engenharia relataram, em acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que Lúcio Gomes, irmão do candidato a presidente pelo PDT, , recebeu R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo e captou R$ 5,5 milhões via doação oficial para o PSB.

A informação foi publicada no Jornal “O Globo” neste sábado (22). De acordo com a reportagem, o dinheiro foi repassado em troca da liberação de pagamentos de obras no governo do Ceará durante a gestão de Cid Gomes, outro irmão do presidenciável do PDT, entre os anos de 2007 e 2014.

Em entrevista durante ato de campanha em Belo Horizonte neste sábado, Ciro Gomes repudiou as acusações.

“O povo brasileiro precisa saber que eu tenho 38 anos de vida pública, 38, inteirinhos. Já fui prefeito, já fui governador, já fui ministro duas vezes. Nunca fui sequer investigado ou acusado por ninguém. Será que agora, a três semanas das eleições, quando tudo parece que eu estou virando o jogo para ganhar, é que vai surgir alguma coisa sem ninguém assumir a responsabilidade por isso? Aí tem, todo mundo sabe”, disse o pedetista.

‘Conversa institucional'

Segundo “O Globo”, o delator Jorge Henrique Marques Valença, ex-executivo da construtora, disse que Lúcio Gomes “orientava a empresa a procurar diretamente Ciro ou Cid para uma ‘conversa institucional', na qual deveriam indicar a ordem dos recebimentos das pendências que deveriam ser cobradas”.

A Galvão Engenharia detinha alguns dos principais contratos da gestão cearense, como a Arena Castelão, o Eixão das Águas e o centro de eventos da capital.

O delator, no entanto, afirmou que nunca esteve com Ciro e que o presidenciável e o irmão dele, o então governador Cid Gomes, procuravam “dar uma aparência institucional ao serem abordados sobre pagamentos devidos pelo estado do Ceará à empresa”.