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O candidato do PDT à Presidência, , disse nessa quarta-feira que se for eleito fará uma grande esforço para descartelizar o sistema bancário, caso contrário vai abrir o mercado a instituições estrangeiras, e, declarou que vai adotar uma política de proteção de setores brasileiros da concorrência externa tais como , petróleo e remédios.

Em sabatina dos jornais O Globo e Valor Econômico e da revista Época, Ciro chegou a citar a onda de medidas protecionistas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e avaliou que o Brasil passa por um histórico processo de desindustrialização e precisa proteger sua indústria.

“Não vou fazer uma política de campeões nacionais para financiar gângster de proteína animal”, disse. “Mr. Trump proíbe a China uma série de coisas, faz tarifa contra o aço e o alumínio brasileiro e o Mr. está errado? Eles têm a maior indústria do planeta Terra e nós nos desindustrializando de maneira selvagem”, disse.

Mais tarde, ao ser questionado como se daria essa proteção a setores estratégicos, Ciro afirmou que isso não seria feito obrigatoriamente com tarifa, mas poderia se dar através de políticas adequadas para juros, câmbio e crédito adequados e infraestrutura. Citou exemplos bem-sucedidos como China e Coreia do Sul que se tornaram grandes competidores internacionais.

Ciro afirmou que a balança de pagamentos do país expõe os setores que precisam de ajuda do governo.

“Olha ali e tira um critério. Petróleo, gás e bionergia. Faz sentido o Brasil que inventou biocombustível ser importador líquido do estrangeiro? Estamos pirando”, disse ele ao lembrar que o parque de refino tem ociosidade, mas continua importando grandes volumes de derivados e petróleo.

BANCOS E SPC

O candidato do PDT afirmou que vai se dedicar em um eventual mandato para descartelizar o sistema bancário brasileiro que, segundo ele, está nas mãos de apenas cinco bancos: Banco do Brasil (BBAS3.SA), Caixa Econômica Federal [CEF.UL], Santander (SANB11.SA), Itaú (ITUB4.SA) e Bradesco (BBDC4.SA).

Ele pretende estimular a entrada no mercado de fintechs e citou o mercado norte-americano como um exemplo de livre concorrência.

“A concentração aqui de bancos é criminosa. Nos Estados Unidos são 5 mil bancos com baixos juros e tarifas para ganhar clientes. Aqui cinco bancos concentram 85 por cento das transações bancárias”, disse.

“Quero fazer tudo isso para proteger o sistema financeiro brasileiro, ou entendem isso ou vão ter que abrir para bancos internacionais e não quero fazer isso”, acrescentou.

Ele reiterou a proposta de ajudar os brasileiros que estão negativados no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Ciro declarou que sua ideia é o governo entrar com um leilão público oferecendo aos credores preferência nos descontos.

“Se eu oferecer um crédito da Caixa, BB ou bancos privados que quiserem aderir, admito até descomprimir os compulsórios para isso, posso picar o saldo devedor em 36 vezes e uma prestação baixa”, disse.

“Os bancos hoje cobram juros de 500 por cento e a Caixa e o Banco do Brasil vão cobrar 12 por cento, que é suficiente para remunerar o custo de captação e ter algum lucro. Não terá um centavo do público e o cidadão terá uma proteção do governo para refinanciar a dívida em bases civilizadas.”