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Brasil

‘Boa publicidade é o que assegura boa notícia’, diz novo chefe do Conar

O advogado e jornalista João Luiz Faria Netto, 78, assume nesta quinta-feira (8) a presidência do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) em meio à crescente atenção dedicada pela entidade aos desvios da publicidade online. Em fevereiro, o conselho, que reúne representantes de anunciantes, veículos e agências, puniu um vídeo do influenciador ou “youtuber” F...
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O advogado e jornalista João Luiz Faria Netto, 78, assume nesta quinta-feira (8) a presidência do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) em meio à crescente atenção dedicada pela entidade aos desvios da publicidade online.

Em fevereiro, o conselho, que reúne representantes de anunciantes, veículos e agências, puniu um vídeo do influenciador ou “youtuber” Felipe Neto. Em junho, mais oito vídeos. Entre os anunciantes, Ri Happy, McDonald’s e SBT.

Faria Netto enfatiza que “todos os casos envolvendo influenciadores foram acatados imediatamente por eles”, o que ajuda a estender a “boa norma” do setor para o ambiente digital. O Conar foi criado para combater anúncios enganosos e outros.

Ele diz que a tarefa não é enfrentar notícias falsas, “fake news”, e sim publicidade “fake”, mas acrescenta acreditar que “a boa publicidade é o que assegura a boa notícia”.

PERGUNTA – O sr. toma posse elegendo qual problema como principal a enfrentar?
JOÃO LUIZ FARIA NETTO – Não vejo nenhum problema. É continuar um trabalho que é valor da publicidade. É uma entidade que tem uma atuação respeitada pela sociedade e pelos setores de comunicação.

P – O Conar passou nos últimos meses a tratar mais diretamente do conteúdo no YouTube.
JLFN – O Conar entende que toda transmissão de mensagem publicitária é feita via veículos de comunicação. Todas as formas modernas da nova mídia, para o Conar, são veículos de comunicação. Então, estão condicionados a uma regra que é estabelecida por todo o mercado de comunicação.

P – O IAB [Interactive Advertising Bureau], do qual faz parte o YouTube, não é um dos associados do Conar, não é?
JLFN – Sem dúvida. Pactuou as normas todas.

P – O sr. pode falar quais são os, digamos, desafios com a internet?
JLFN – O desafio maior é que na internet a mensagem tem múltiplas origens. Ter um sistema de monitoramento permanente dessas origens todas é difícil. Então, vai aumentar a soma de trabalho. Agora, como o Conar atua muito através das denúncias dos consumidores, vamos ter melhores condições de receber.

P – Porque eles alertam de imediato?
JLFN – Sim, veem e já encaminham. E diga-se o seguinte: Os casos todos apresentados até hoje, envolvendo influenciadores, foram acatados imediatamente por eles, até com pedido de desculpas. Creio que está sendo criada uma consciência coletiva em favor da boa norma na publicidade online.

P – O caso de Felipe Neto, em fevereiro, foi o primeiro?
JLFN – Já tinha tido em 2017. Mas o caso ganhou mais repercussão, sem dúvida, porque ele tinha maior número de seguidores.

P – Outro caso recente de repercussão foi o do “scary clown”, do Burger King. Questões como essas, de menção à concorrência, são mais cotidianas?
JLFN – São do cotidiano. Mas não emito opinião sobre julgamento. Estou lá para possibilitar que se tenha uma forma de julgar corretamente.

P – O sr. vem da área jurídica. Como avalia o fato de a produtora de refrigerantes Dolly ter conseguido barrar uma decisão?
JLFN – É um assunto sub judice. Temos consciência de que agimos corretamente. Em 40 anos, tivemos dois ou três episódios do tipo, que também não foram relevantes.

P – Há quantos anos o sr. está na entidade?
JLFN – Desde a fundação. Tenho 40 anos de Conar, fui o autor do primeiro estatuto. Na fundação eu era diretor-executivo da ANJ, a Associação Nacional de Jornais, depois passei para o conselho de ética, e do conselho fui para a diretoria. Então, não estou chegando, estou só sendo mantido.

P – O sr. é jornalista de origem?
JLFN – Sim. Fui do Jornal do Brasil por quase 20 anos. Fui repórter, depois editorialista com pessoas fantásticas, como Antônio Callado. Depois fui para a TV Globo. E da Globo saí para advogar.

P – O sr. imagina que o Conar possa agir contra o que é talvez o maior desafio hoje do jornalismo, a notícia falsa?
JLFN – Acho que a atuação da gente não é na “fake news”. É na publicidade “fake”. Tenho convicções pessoais, do seguinte: a boa publicidade é o que assegura a boa notícia. Quem joga fora a “fake news”, produto sempre de alguma coisa escusa, é a boa publicidade.

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