A Anistia Internacional divulgou um comunicado mundial nesta quinta-feira (12), cobrando a instalação de um acompanhamento externo e independente nas investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. O crime completa quatro meses nesse sábado (14) e permanece sem solução.

“Após quatro meses, a não resolução do assassinato de Marielle Franco demonstra ineficácia, incompetência e falta de vontade das instituições do Sistema de Justiça Criminal brasileiro em resolver o caso. É urgente o estabelecimento de um mecanismo externo e independente para monitorar essa investigação”, afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional.

A entidade ainda questiona a falta de resposta do Estado brasileiro frente às informações divulgadas pela imprensa sobre o caso. Como a munição utilizada, que  pertenceria a um lote que teria sido vendido à Polícia Federal e a arma usada no crime, que seria uma submetralhadora de uso restrito das forças de segurança.

Outro forte questionamento da entidade diz respeito ao suposto “pacto de silêncio”  entre o general Walter Braga Netto, interventor federal no Rio de Janeiro,  o presidente Michel Temer e o ministro Raul Jungmann divulgado pela imprensa sobre o caso. A Anistia afirma que tal sigilo seria compreensível para preservar o andamento das investigações, mas que quatro meses de silêncio sugere falta de compromisso das autoridades no Brasil.

“O sigilo e a confidencialidade, que tem como objetivo garantir a eficácia da investigação, não pode ser confundido com o silêncio das autoridades diante da obrigação de esclarecer corretamente a execução de Marielle. É fundamental não apenas identificar e responsabilizar os autores dos disparos, mas também os autores intelectuais dos homicídios, bem como a motivação do crime”, completou Jurema Werneck.

A mãe de Marielle Franco falou à imprensa sobre o caso na manhã desta quinta-feira (12).

120 dias sem Marielle: Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, fala com a imprensa sobre o silêncio das autoridades sobre o caso.

Posted by Anistia Internacional Brasil on Thursday, July 12, 2018