Nesta segunda-feira (18), em seu discurso na Cúpula dos Presidentes do Mercosul, em Assunção (Paraguai), o presidente Michel Temer, disse que o bloco sul-americano precisa ir cada vez mais ao rumo à inserção na economia global, defendendo as negociações para um acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

De acordo com a Agência Brasil, o presidente defendeu o acordo dizendo que isso tornaria os produtos mais competitivos e geraria renda e empregos para a população. “Na frente das negociações externas, nossa opção é inequívoca, mais e melhor abertura. No lugar de nos fecharmos entre nós mesmos, atuamos em conjunto para inserir nossos países na economia global. Essa estratégia é indispensável para a competitividade dos nossos produtos, para a geração de emprego e renda para nossa gente”, afirmou.

Temer também lembrou que a negociação de aliança entre o Mercosul e a União Europeia teve avanços significativos nos últimos tempos e, antes dele, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, também demostrou insatisfação com a demora no fechamento de um acordo.

Aliança

O Mercosul é o acordo firmado entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e Venezuela, porém, o último está suspenso do bloco deste 2016. Na reunião de hoje, a presidência pro tempore do bloco será transferida ao Uruguai.

De acordo com Temer, as negociações tem tido razoável sucesso e que o bloco deve ser mais aberto. “Não devemos abandonar a ideia desta aliança com o Mercosul, porque na premissa que levantei, segundo a qual nosso trabalho deve ser cada vez mais de abertura para o mundo, fechar essa porta agora significa impedir o caminho das negociações que tem tido razoável sucesso”, disse.

Michel Temer.O presidente também avaliou como positiva a aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, Peru e México). Segundo Temer, as palavras de ordem do Mercosul são “mais diálogo, mais livre comércio e mais investimento”.

Venezuela

Em relação ao intenso fluxo migratório de venezuelanos no Brasil, Temer disse que o Brasil está vigilante em relação às condições humanitárias degradantes do país vizinho. “Não temos poupado esforços para construir condições físicas e jurídicas que permitam o acolhimento solidário de quem foge de uma crise humanitária”, disse.

Segurança

A internacionalização do crime organizado e a preocupação com a segurança pública foram mencionadas por Temer como problemas que atingem os países e a população da região. Segundo ele, o Mercosul pode ajudar a “fazer a diferença” no combate a esse “flagelo”. Para o presidente, o crime organizado ultrapassa fronteiras e desrespeita os valores de cada país