Ato acontecerá durante todo o dia

Artistas de diversas áreas se reúnem neste domingo (4), no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, em ato que pede a saída do presidente Michel Temer (PMDB) e a convocação de eleições diretas para substituí-lo. O ato pelas Diretas Já em São Paulo foi convocado por ativistas e cerca de 30 blocos de carnaval, entre ele o Acadêmicos do Baixo Augusta e o Tarado No Você, que interpreta canções de Caetano Veloso.Protesto em São Paulo reúne artistas, pede saída de Temer e 'Diretas Já'

Primeiro a subir no palco neste domingo, o cantor Chico César defendeu, antes do show, eleições diretas para evitar o que chama de “ataque a direitos conquistados pelo povo”, sob ameaça das reformas implementadas pelo governo Temer, como a trabalhista e a previdenciária.

“A bandeira da democracia é nossa, é dos trabalhadores, é do povo”, diz. “O Brasil quer escolher seu presidente e, se possível, já”, afirmou.

O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, criticou articulações do Congresso para eleger indiretamente o ocupante do Palácio do Planalto em caso de queda de Temer. “Esse Congresso Nacional não tem autoridade moral para eleger o presidente. O que a gente defende é que o povo quem será o presidente', disse.

Boulos avalia que o presidente Temer “não tem condições de estar lá ( no Planalto), após a implicá-lo diretamente na Lava Jato.

O ato ocorre ao longo de todo o dia e deve receber os cantores Criolo, Emicida, Mano Brown, Maria Gadú, Tiro, Péricles e Tulipa Ruiz, entre outros. Na página do evento na rede social, o evento, intitulado “SP pelas Diretas Já”, tem aproximadamente 20 mil pessoas que confirmaram presença.

Em meio à crise política que assola o governo de Michel Temer, esse será o segundo grande ato a tratar do assunto. No dia 28 de maio, cerca de 150 mil pessoas já haviam se reunido no Rio de Janeiro para pedir um pleito direto, estimaram os organizadores.

Segundo protesto

Temer deve passar o domingo em Brasília. A pressão sobre o presidente aumentou após a prisão, ontem, do ex-assessor da Presidência, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). 

Ele havia flagrado pela Polícia Federal carregando uma mala com R$ 500 mil em propinas pagas pela JBS. Segundo o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, “não altera em nada” a estratégia de defesa do presidente.