Carlos Fernando Lima antecipou fim do grupo de trabalho da PF

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos porta-vozes da força-tarefa da Lava-Jato, antecipou o fim do grupo de trabalho da Polícia Federal em Curitiba num post publicado em sua página do Facebook às 18 horas de quarta-feira, no qual comparou a situação à falta de dinheiro para a emissão de passaportes:

“A Polícia Federal não tem mais dinheiro para passaporte. A Força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade”, escreveu Lima, referindo-se à liberação de emendas parlamentares pelo governo.

Nos últimos meses, o procurador se transformou num ativo crítico, nas redes sociais, do governo Temer e das manobras dos políticos contra as investigações da Lava-Jato. Ele passou a usar a hashtag #quemnãodevenãoTemer e #deixeosupremojulgar.

Nesta quinta-feira pela manhã, Lima fez novo post e defendeu que a população passe a acompanhar o voto dos parlamentares e não vote em quem não quer o combate à corrupção.

“Os deputados devem autorizar o processo contra Temer e deixar o Judiciário dizer se houve crime. A população tem que estar atenta aos votos de cada parlamentar daqui para frente. Como na França, precisamos de um novo modelo de fazer politica, mais limpo, ético e comprometido com o interesse público. 2018 está aí e quem for contra o combate à corrupção não pode se reeleger”, escreveu.

O procurador Deltan Dallagnol também tem defendido que a população reaja: “Não podemos perder a capacidade de indignação. Não podemos jogar a toalha! É exatamente isso o que os corruptos querem”, afirmou Deltan, ao comentar uma reportagem do jornal Gazeta do Povo sobre quem diz que “cansou do Brasil”.