Polícia descobre túnel para ‘possível maior fuga de presídio’ do RS

Faltavam 30 metros para escavação ser concluida

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Faltavam 30 metros para escavação ser concluida

A Polícia Civil descobriu um túnel construído a partir de uma casa, em direção à Cadeia Pública de Porto Alegre, novo nome do Presídio Central. Na manhã desta quarta-feira (22), policiais entraram no local e prenderam sete homens e uma mulher. A estimativa do delegado Mário Souza é de que poderiam fugir pelo acesso entre 200 a 1 mil detentos. Na avaliação da polícia gaúcha, esse é o maior plano de fuga da história do Rio Grande do Sul.

“O Denarc [Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico], conseguiu hoje frustrar, com certeza, a maior fuga que seria realizada no Rio Grande do Sul, e os criminosos perigosos não vão mais conseguir fugir do Presídio Central. A quadrilha está presa”, destaca o delegado Mário Souza.

Uma perícia será realizada no local, mas os delegados que participaram da operação apontam que já haviam sido cavados entre 50 e 55 metros até o presídio.

“Nos chamou a atenção a estrutura, iluminação completa do início ao fim do túnel. Nós estimamos ter ultrapassado 50 metros em direção ao presídio. E chama a atenção a estrutura montada, com ventiladores, recolhimento de areia…”, completa o delegado Rafael Pereira.

Quando os policiais entraram na casa, localizaram quatro pessoas mexendo na areia, e outras quatro dentro do túnel, trabalhando na obra.

Faltaria em torno de 30 metros para que o túnel chegasse à Cadeia Pública, estima a polícia.

A Polícia Civil iniciou a investigação em sigilo. Foram realizados monitoramentos diários nas imediações, e os policiais envolvidos no trabalho suspeitaram da movimentação em uma casa perto da Cadeia Pública. Continuaram acompanhando o local, até que decidiram entrar, na manhã desta quarta.

Os indícios levam a polícia a acreditar que os presos realizariam a fuga durante o carnaval, aproveitando o feriado prolongado.

A construção permitiria a fuga de uma facção, que fica em uma das galerias da Cadeia Pública. Conforme a polícia, se membros de outras facções quisessem fugir pelo túnel, deveriam pagar uma certa quantia.

“A investigação está iniciando, tem vários fatores a serem trabalhados. Essa facção criminosa merece uma investigação bem detalhada, e o Denarc vai realizar isso agora”, destaca o chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt.

A Cadeia Pública de Porto Alegre é um dos cinco presídios gaúchos que estão em péssimas condições, segundo relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que analisa cadeias em todo o Brasil. São 4.552 presos em um lugar feito para abrigar 1.905, conforme a Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários).