Operação investiga superfaturamente em reforma do Mané Garrincha

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (23) a Operação Panateico, que investiga suposta organização criminosa que fraudou e desviou recursos das obras da reforma do estádio Mané Garrincha, revitalizado para a Copa do Mundo de 2014.

A Operação cumpre mandados de prisão temporária contra o assessor especial da Presidência da República, Tadeu Filippelli (foto), e contra os ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT).

O assessor da Presidência, Tadeu Filippelli, também foi vice-governador do DF durante a gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. 

Segundo os cálculos da Polícia Federal, a obra do Mané Garrincha sofreu um superfaturamento que pode ter chegado a R$ 900 milhões. A reforma no estádio foi orçada em R$ 600 milhões, mas ao fim da revitalização o custo estava avaliado em R$ 1,5 bilhão. A arena foi a mais cara da Copa de 2014.

A hipótese dos investigadores é que agentes públicos tenham realizado conluios e simulado procedimentos previstos em edital, com a intermediação de operadores.Operação da PF prende assessor de Temer e ex-governadores do DF

“A renovação do estádio Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, mas sim da Terracap”, explica a PF em nota.

A estatal Terracap não tinha em seu rol de suas atividades o financiamento de obras públicas. As informações constam no acordo de delação premiada da Andrade Gutierrez, no âmbito da Operação Lava-Jato.

Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e três de condução coercitiva, que devem ser cumpridos em Brasília e em seus arredores.

O nome Panatenaico é uma referência ao Stadium Panatenaico, sede de competições realizadas na Grécia Antiga, que foram anteriores aos Jogos Olímpicos.

(com supervisão de Evelin Cáceres)