Um dos mandados é contra o deputado Mauro Savi (PSB)

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagaram hoje (15) uma nova etapa da Operação Ararath, cuja primeira fase foi desencadeada em 2013, em Mato Grosso, para apurar crimes contra o sistema financeiro nacional. 

Seis mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) estão sendo cumpridos. A PF não divulgou detalhe sobre os alvos das investigações, que correm em segredo de Justiça. Um dos mandados é contra o deputado Mauro Savi (PSB), de acordo com o portal G1.

Esta 15ª fase da Operação Ararath recebeu o nome de Cocite e apura especificamente os indícios de que integrantes de organização criminosa investigada desde 2011 teriam, mais recentemente, cometido os crimes de coação e embaraço às investigações penais.

Em novembro de 2013, quando deflagrou a Operação Ararath, a PF estimou que, desde 1998, os investigados tinham movimentado mais de meio bilhão de reais. Ainda de acordo com a PF, o grupo investigado utilizava empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a diversas pessoas físicas e jurídicas no estado.

Os recursos, segundo os investigadores, eram movimentados nas contas das factorings e de outras empresas ligadas a integrantes do grupo. O principal crime apurado consiste no fato de que as empresas de factoring, de natureza estritamente mercantil e com a finalidade principal de assessoria e de compra de títulos de crédito, exercia outras atividades exclusivas de instituição financeira, não autorizadas pelo Banco Central, como, por exemplo, concessão de empréstimos com exigência de garantia.

Operação da PF apura crimes contra o sistema financeiro em Mato Grosso

 

Agentes públicos e empresários foram denunciados pelo MPF, entre eles o ex-secretário da Casa Civil e de Fazenda do Estado de Mato Grosso Éder de Moraes Dias, condenado pela Justiça. Em setembro desse ano, ao deflagrar a 12ª fase da Ararath, a PF fez buscas e apreendeu documentos em 64 endereços, incluindo imóveis ligados ao ministro da Agricultura Blairo Maggi e o gabinete do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT), na Câmara dos Deputados.

Nomeada como Operação Malebolge, essa etapa foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após o ministro da Corte, Luiz Fux, ter autorizado, no final de agosto, a instauração de um inquérito para investigar denúncias feitas pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa em acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em depoimento, Silval Barbosa afirmou que, durante seu governo, era rotineiro o pagamento de propina a parlamentares para evitar que membros do alto escalão do estado fossem investigados em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). O chefe de gabinete de governo durante a gestão de Silval Barbosa, Silvio Cesar Correa, gravou vídeos registrando o pagamento de propina a deputados estaduais. Cada parlamentar, segundo os depoentes, teria recebido R$ 600 mil, em 12 parcelas mensais. Silval Barbosa também relatou ter pago R$ 200 mil a três deputados estaduais para que votassem pela aprovação das contas de seu governo.

Foto: Folhamax