Juro básico deve cair ao menor nível em 30 anos, mas taxas bancárias seguem elevadas

Aposta é de economistas

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Aposta é de economistas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne na próxima quarta-feira (6) e deve reduzir a taxa básica de juros da economia dos atuais 7,5% para 7% ao ano, segundo aposta dos economistas do mercado financeiro.

Se confirmado, esse será o menor patamar para a taxa Selic desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986, ou seja, em mais de 30 anos.

Até então, a menor taxa de juros básica que se tem notícia, de 7,25% ao ano, havia sido registrada entre outubro de 2012 e abril de 2013.

Economistas do mercado financeiro, porém, trabalham com séries históricas mais antigas que a do Banco Central.

Segundo estudo de Maurício Molan, do banco Santander, em 7% ao ano, a taxa interbancária “overnight” (muito próxima à taxa básica, Selic) “certamente seria a menor dos últimos 60 anos”.

“O menor juro da história republicana foi, provavelmente, algo próximo a 5%, predominante no início do século passado”, acrescentou.

Para o economista do Bradesco, Igor Velecico, esse patamar para a taxa básica da economia seria o mais baixo desde o início da série histórica da instituição financeira, em 1974. “É essencialmente a taxa mais baixa desde sempre”, declarou.

Apesar de o juro básico ser o mais baixo em décadas, a taxa real (calculada após o abatimento da inflação estimada para os próximos 12 meses), utilizada para comparações internacionais, ainda segue elevada, segundo cálculos do MoneYou e da Infinity Asset Management.

O patamar atual de 7,5% ao ano, por exemplo, representa juros reais pouco abaixo de 3% ao ano. Em 40 economias pesquisadas, entretanto, a taxa média está negativa em 0,2% ao ano.

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