Ecclestone afirmou, ainda, que a não perderá o Grande Prêmio da Malásia 

A Fórmula 1 não tem planos de comprar o autódromo de Interlagos, em São Paulo, disse neste domingo o ex-diretor comercial, Bernie Ecclestone, em entrevista concedida à Reuters no no Grande Prêmio da Rússia.

O circuito brasileiro deverá ser vendido por autoridades locais, que citaram o potencial interesse da Fórmula 1 ao anunciarem a intenção de privatização neste mês.

Questionado sobre o destino de Interlagos, Ecclestone disse que não há a menor chance de comprar o autódromo. “Eu tenho tentado (negociar algo) mas não é fácil para qualquer um lá”, explicou.

O britânico disse, no entanto, que o contrato atual foi assegurado até 2020 e que houve acordo para salvaguardar a pista, ao contrário da situação no Rio de Janeiro, onde o antigo circuito de Jacarepaguá foi construído para as Olimpíadas de 2016.

“Meses atrás, quando estive em São Paulo, conheci o prefeito e consegui que ele concordasse com a privatização do lugar para manter o circuito”, disse Ecclestone, que foi deposto em janeiro como chefe da série, mas que mantém papel “emérito” indefinido. “Se o circuito ainda está lá, se você o comprou para desenvolvê-lo, então você teria que manter a pista de corrida e encontrar alguém para executar a corrida ou promovê-la”.

MALÁSIA E CINGAPURA

Ecclestone afirmou, ainda, que a Fórmula 1 não perderá o Grande Prêmio da Malásia quando o país deixar a competição em outubro, um ano antes do previsto. Segundo ele, Cingapura assumirá como vitrine da região.

Perguntado se a partida da Malásia se tratava de um revés, Ecclestone sacudiu a cabeça. “Não, de modo algum. Temos Cingapura”, disse o ex-diretor comercial da Fórmula 1. “Se tivéssemos perdido Cingapura, isso não seria bom, mas não perdemos. Então, está tudo bem.”

Em novembro passado, contudo, ele sugeriu que as conversas sobre o Grande Prêmio de Cingapura, uma popular corrida noturna cujo contrato expira este ano, não iam bem.

Atual proprietário da Fórmula 1, o grupo Liberty Media, criticou o esporte e, indiretamente, Ecclestone por fazer negócios lucrativos com países como o Azerbaijão.

Ecclestone defendeu seu ponto de vista, dizendo que havia rejeitado propostas do Vietnã, disposto a pagar uma quantia significativa para sediar uma corrida.

“Eles (a nova gerência da Fórmula 1) estão analisando as coisas um pouco diferente da maneira como eu costumava olhar para elas. Eles vão decidir o que querem fazer. Eles querem mais corridas na América, o que é muito certo”, disse.