Instituição diz que uso das palavras foi “equívoco”

O Colégio Cenecista Pedro Antônio Fayal, de Itajaí, Santa Catarina, foi palco de uma situação incômoda recentemente. Acontece que, em uma festa de integração da instituição, professores pediram que alunos fossem fantasiados de “favelados do Rio de Janeiro”.

O uso da expressão pegou mal, e incomodou Elaine Mafra, mãe de um aluno da escola. Revoltada, ela publicou uma foto com o pedido dos professores, junto a um desabafo em texto, no Facebook.

“O meu filho já havia decidido que não iria participar da apresentação. […] Só hoje descobri que a fantasia é de FAVELADO DO RIO DE JANEIRO… Outra metade dos alunos tem que ir vestido de médico, advogado, entre outras profissões, já que vão apresentar a outra parte da cidade”, escreveu Elaine”.

“É triste perceber que esse tipo de preconceito […] está sendo ensinado para nossos filhos dentro da escola. São preconceitos como esse que geram os estereótipos, que por sua vez causam a discriminação e arruinam a vida de tantas pessoas”, completou.Colégio pede que alunos se fantasiem de 'favelados do Rio' em SC

Após perceber a repercussão negativa do caso, o colégio emitiu um comunicado em sua página oficial do Facebook pedindo desculpas pela “inadequação de uma frase descontextualizada”.

Segundo a instituição, a peça proposta era para uma interpretação da cação “Alagados”, dos Paralamas do Sucesso. A música cita a Favela da Maré, que seria interpretada na peça. O colégio diz que o uso da expressão “favelados” foi um equívoco.

“Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão. Não aceitamos , xenofobia, homofobia, ou qualquer intolerância de classes. Nossos 55 anos de história atestam esta postura”, diz a nota.

A diretora do colégio, Fabiana Ladi Bento, admitiu que as palavras usadas foram “infelizes e fora de contexto”. “De forma alguma o colégio queria passar uma imagem preconceituosa. É um colégio com um viés comunitário muito forte. Temos inúmeros projetos sociais”, disse.

“Temos uma festa de integração que vai tratar justamente desta cidadania solidária. […] Foi escolhida a música do Paralamas e foi tratada da questão de desigualdade com ela. A infelicidade foi o uso de palavras totalmente inadequadas” relatou Fabiana.