Pular para o conteúdo
Brasil

Casos confirmados de febre amarela em Minas sobem quase 40% em uma semana

Crescimento de 39,1%
Arquivo -

Crescimento de 39,1%

 

Minas Gerais tem 138 casos confirmados de . No dia 26 de fevereiro, há exatamente uma semana, eram 84 confirmações. Os novos números apontam um crescimento de 39,1% neste período, de acordo com o novo boletim epidemiológico divulgado hoje (2) pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Ao todo, Minas Gerais registrou 777 notificações para febre amarela envolvendo 59 municípios. Além dos 138 casos confirmados, 37 foram descartados. O restante segue em investigação. O número de mortos que contraíram a doença em Minas Gerais também subiu. Tiveram confirmação 51 mortes para febre amarela, mais 77 seguem em análise. Entre as mortes confirmadas, 62,7% envolvem vítimas entre 40 e 59 anos.

As estatísticas levam em conta o local de infeção. Nem todas as vítimas que contraíram a doença em Minas Gerais morreram no estado. Uma delas, infectada no município de Januária (MG), foi diagnosticada e morreu no Distrito Federal. O estado de também confirmou mortes  de pessoas com febre amarela que adquiriram o vírus em território mineiro.

A principal ação de enfrentamento à doença é a vacinação da população. O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.

Para garantir uma campanha de vacinação mais eficiente e outras medidas de combate à doença, o governo de Minas Gerais anunciou no mês passado um investimento de R$26 milhões. Também foi decretada situação de emergência em saúde pública numa área de abrangência que inclui 152 municípios, o que permite agilizar processos administrativos para aquisição de insumos e para contratação de serviços e funcionários temporários.

Macacos

Causada por um vírus da família Flaviviridae, a febre amarela é uma doença de surtos que atinge, repentinamente, grupos de macacos e humanos. A doença é transmitida em áreas rurais e silvestres pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, ela pode ser transmitida peloAedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya. No entanto, não há registros no Brasil de transmissão da febre amarela em meios urbanos desde 1942. No surto atual, nenhum dos casos confirmados e suspeitos em Minas Gerais é considerado de transmissão urbana.

Há evidências de que os surtos da doença possam ser influenciados pela degradação ambiental. Em entrevista para a Agência Brasil na semana passada, o primatólogo Sérgio Lucena explicou que a propagação do vírus começa entre os macacos, muitas vezes em grupos que vivem em pequenos fragmentos de florestas. “São sentinelas. Se o vírus começa a se propagar em determinada área, a morte dos macacos nos enviará um alerta”.

Segundo o especialista, há espécies de macacos altamente suscetíveis à doença. Ele diz que estudos feitos durante o surto de 2009 no Rio Grande do Sul mostraram que populações de bugios foram reduzidas a 20%. “Enquanto sete pessoas faleceram naquele ano, cerca de 2 mil macacos foram a óbito”, diz Sérgio Lucena. O primatólogo diz que as estatísticas dos órgãos públicos não conseguem acompanhar esta realidade.

De acordo com o boletim da SES-MG, há 50 municípios de Minas Gerais com confirmação de macacos que morreram por febre amarela. Mais 21 cidades têm óbitos de primatas em investigação e 53 registram rumores de animais mortos. Há duas semanas, passou a fazer parte dos números. Dois macacos foram encontrados mortos e estão sendo analisados. No entanto, como as ocorrências são em dois quintais de casas em diferentes regiões da cidade, é menor a probabilidade de infecção por febre amarela. A capital não tem, até o momento, nenhuma notificação da doença em humanos.

Uma preocupação que vem sendo apresentada pela SES-MG diz respeito à violência contra macacos registrada em alguns municípios. Há pessoas que acreditam que sacrificar os animais pode ajudar a evitar a doença em humanos. O órgão publicou em seu blog uma postagem para desmistificar essa ideia e esclarecer que os animais são, na verdade, aliados que ajudam a mapear a doença. “A infecção viral dura apenas três ou cinco dias. Depois os macacos morrem ou se tornam imunes. Sendo assim, as agressões atingem geralmente os animais sadios que não tiveram contato com o vírus ou que já estão imunizados e não oferecem risco”, diz o texto.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

São Paulo vence Juventude em primeira partida fora de casa pelo Brasileirão

mega-sena

Sem ganhador, Mega-Sena acumula prêmio de R$ 42 milhões para próximo sábado

Candidatos a promotor substituto do MPMS passam por prova psicotécnica em agosto

Brasil vence Alemanha e avança à semifinal da Liga das Nações de Vôlei Feminino

Notícias mais lidas agora

Campo Grande era centro de distribuição de drogas de grupo alvo da PF

Município aponta falhas técnicas e pede anulação de perícia paga pelo Consórcio Guaicurus

Em nota, Dom Dimas recomenda que católicos não participem do movimento Legendários

bolsonaro

“Pintou um clima”: Bolsonaro é condenado por fala sobre adolescentes venezuelanas

Últimas Notícias

Trânsito

VÍDEO: Motorista morre após carreta carregada de areia cair em ribanceira na Serra da Arara

A queda foi de aproximadamente três metros de altura, em local de difícil acesso

Polícia

Dupla que amarrou e abandonou motorista de aplicativo para roubar carro é presa em Naviraí

Carro foi levado para o Paraguai

Polícia

Caminhão com placas de Campo Grande é apreendido com carga de haxixe e cocaína em SP

A prisão ocorreu durante ação conjunta da PMP de São Paulo com o Gaeco de MS

Política

Prestes a vigorar ‘tarifaço’, comitiva do Senado embarca rumo aos EUA para iniciar negociação

Nelsinho Trad, que lidera a delegação, afirmou que a missão tem caráter suprapartidário. Tereza Cristina compõe missão diplomática