PT desiste de obstrução e defende reajuste do Judiciário, STF, MPF, AGU e DPU

Voltou atrás e abriu mão de impedir as votações

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Voltou atrás e abriu mão de impedir as votações

Depois de liderar um processo de obstrução de cerca de uma hora, o PT voltou atrás e abriu mão de impedir as votações em defesa da aprovação de reajustes salariais para servidores do Judiciário, da Advocacia-Geral da União (AGU), da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apenas as urgências dos reajustes do MPF e dos ministros do STF foram aprovadas na noite desta terça-feira (3), sem previsão para análise do mérito dos projetos (PLs 6697/09 e 2646/15). Com o fim da obstrução, o Plenário ainda aprovou a Medida Provisória 701/15, que autoriza seguradoras e organismos internacionais a oferecer o Seguro de Crédito à Exportação (SCE).

A mudança de posição fez parte da estratégia do PT para fugir das críticas de que a obstrução seria um obstáculo aos reajustes e para chamar a atenção ao fato de os demais partidos estarem dispostos a aprovar apenas a urgência, e não o mérito das propostas.

Foi o que disse o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA). “Se não votar, é porque o PSDB não quer”, afirmou o deputado. “Vamos garantir a revisão das carreiras e vamos garantir um Estado forte”, declarou.

Negociação

A proposta de votação do mérito das propostas sequer foi levada aos líderes partidários. “Eu vou tocar a pauta”, disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ele lembrou que o acordo feito com os líderes e com o Judiciário prevê apenas a aprovação das urgências. A votação de mérito, com o aumento das despesas do governo, depende do aval do Planalto, que poderá ser comandado a partir deste mês pelo vice-presidente Michel Temer, em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

A oposição criticou a manobra do PT. “Sabendo que vai entregar o governo, fica com discursos diferentes. Agora quer fazer média”, criticou deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), também ressaltou que o mérito das propostas só será votado quando for oportuno.

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