O presidente licenciado e outros funcionários da  podem parar na cadeia. 

O presidente licenciado da Samarco e funcionários da mineradora podem parar na cadeia por causa do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. A polícia decidiu indiciar sete pessoas pelo crime de homicídio qualificado.

Uma gelatina. Foi como o delegado da Polícia Civil descreveu a base onde a Samarco assentou o recuo da Barragem de Fundão. O terreno sofreu um processo de liquefação.

O inquérito mostrou que a barragem subia 20 metros, em média, por ano para receber mais lama, o dobro da taxa recomendada pela literatura técnica. Enquanto crescia, Fundão ainda ganhou uma mudança na forma: em 2013, era uma linha reta. Um ano depois, ganhou a forma de um “S”.

O perito Otávio Guerra apontou o recuo do eixo da barragem, que não tinha sustentação adequada, como a principal causa do rompimento. Mas não foi só isso. A drenagem era deficiente e o monitoramento do excesso de água também não era bom.

Para a Polícia Civil, executivos e funcionários da Samarco sabiam dos riscos e mantiveram a operação na barragem, por isso, foram indiciados por homicídio qualificado e pelos crimes de inundação e poluição de água potável.

A polícia pediu a prisão preventiva dos indiciados, entre eles Ricardo Vescovi, presidente licenciado da mineradora, Kléber Terra, diretor de operações licenciado, e Samuel Santana Paes, engenheiro da empresa contratada VogBR, que declarou a estabilidade da barragem meses antes de ela se romper, em novembro do ano passado.

A Samarco declarou que considera equivocados os indiciamentos e os pedidos de prisão, feitos pela Polícia Civil. A Vale, a VogBR e Samuel Santana Paes não quiseram comentar o inquérito.