Prefeitura pode pegar terreno doado de volta

A Petrobras anunciou a extinção da diretoria de gás e energia e corte de investimentos. Na última quarta-feira (27), a companhia aprovou a proposta de reestruturação organizacional, e com ela os projetos de Mato Grosso do Sul continuam indefinidos. As obras da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, em , distante 338 da Capital, permanecem paradas desde 2014.

Informação divulgada na Folha de São Paulo cita que a empresa vai eliminar 30% dos cargos gerenciais com objetivo de cortar custos e adequar a estrutura à nova realidade da empresa, que vem passando por um processo de venda de ativos e corte de investimentos.

Para enfrentar a crise financeira, a companhia negocia a venda de usinas térmicas, plantas de fertilizantes e ativos de transporte do combustível.

A diretoria de gás e energia, hoje comandada por Hugo Repsold, é uma das principais afetadas pelo plano de enxugamento da estatal. Os negócios remanescentes do segmento ficarão sob a diretoria de abastecimento, que cuida da área de refino, hoje comandada por Jorge Celestino.

A Petrobras tem muitas termoelétricas pelo país e a preocupação agora é com o futuro das usinas. Três Lagoas tem uma unidade do grupo, Usina Termelétrica Luís Carlos Prestes. Inaugurada pela companhia em 2 de abril de 2004 em uma área de 22 hectares, a UTE LCP foi a primeira unidade da companhia construída em Mato Grosso do Sul. Hoje, a pleno vapor, ela atende a uma cidade com 1,8 milhão de pessoas, o que representa 68% da população de Mato Grosso do Sul.

ExpressãoMSSobre a Fábrica de Fertilizantes de Três Lagoas, A empresa não divulgou se há interesse em vender a unidade, mas informou por meio de nota que “estuda outras estruturas de negócios que viabilizem a conclusão da unidade”.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Três Lagoas, André Milton, afirmou a equipe de reportagem do Jornal Midiamax que se reuniu semana passada com um grupo chinês que tem interesse na unidade. Segundo ele, as propostas já foram enviadas para a direção da Estatal, que ainda não respondeu. “Eu acredito na possibilidade de negociação. Os chineses demonstraram total interesse em fazer a aquisição. Nosso maior objetivo é que a obra continue, que esse processo acelera e que possamos negociar com algum investidor”, afirma.

André tenta agora se reunir com o secretário estadual de meio ambiente e desenvolvimento econômico Jaime Verruck para discutir sobre a construção da unidade.

A lei que fez a doação da área onde fica a unidade é fruto de um convênio na época em que André Puccineli (PMDB) governador do Estado. Uma área foi desapropriado para construir o projeto. Em uma das cláusulas, é citado que caso a obra não termine no prazo o município tem direito sob o terreno.

Entenda o caso

A construção da FAFEN (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras está parada desde 2014, ano em que a unidade deveria estar pronta. A fábrica seria a maior unidade de fertilizantes da América Latina, com capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761 mil toneladas de amônia por ano.

A Petrobras recebeu a Licença de instalação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) em 22 de fevereiro de 2011. E até 2014, 82% das obras foram feitas.

De acordo com o Site Expressão MS, o Consórcio UFN3, responsável pela construção da Fafen, abandonou o projeto com uma dívida de R$ 36 milhões a serem pagos para 133 fornecedores de Três Lagoas e região. Naquele ano, cerca de 3 mil funcionários foram demitidos quando a construção foi parada. Desde então, nenhuma obra foi feita na companhia.