Pular para o conteúdo
Brasil

Odebrecht movimentou US$ 211 milhões na Suíça

Justiça do país diz que empreiteira usou recursos para pagar propinas para ex-diretores da Petrobrás e políticos
Arquivo -

Justiça do país diz que empreiteira usou recursos para pagar propinas para ex-diretores da Petrobrás e políticos

A movimentou pelo menos US$ 211,6 milhões em contas secretas por meio de empresas de fachada na Suíça. Documentos do Tribunal Federal do país europeu apontam para a suspeita de que o montante foi destinado para pagamento de propinas a ex-diretores da Petrobrás e políticos brasileiros. O dinheiro também teria beneficiado executivos da empreiteira que é alvo da .

A informação consta de quatro despachos da Justiça suíça que embasaram a decisão de enviar ao Brasil mais de 2 mil páginas de extratos bancários com movimentações da empreiteira no país. “Existe a suspeita de que esses pagamentos sejam propinas”, aponta um desses documentos. Procurada pela reportagem, a Odebrecht não se pronunciou sobre as suspeitas.

A partir de investigações realizadas com base em delações premiadas da Operação Lava Jato, os relatórios suíços mostram que a Odebrecht teria controlado “várias contas” no país europeu. Os pagamentos indevidos seriam feitos com o dinheiro depositado nessas offshores. As movimentações financeiras foram realizadas entre 2008 e 2014. As delações premiadas ocorreram no fim do ano passado.

Sem citar a identidade dos envolvidos, os relatórios da Justiça suíça apontam que, entre agosto de 2012 e junho de 2014, US$ 96 milhões foram movimentados e teriam sido distribuídos a quatro ex-diretores da Petrobrás. Para justificar os pagamentos, “contratos puramente fictícios” foram firmados, dizem os despachos. Em troca das propinas, os servidores teriam garantido contratos para a Odebrecht em obras da estatal brasileira.

Uma conta teria transferido no fim de 2011 mais de 1,9 milhão de francos suíços e US$ 3,6 milhões em propinas. Na mesma conta, entre setembro de 2008 e julho de 2010, foram mais US$ 8 milhões para um operador que, por sua vez, teria distribuído os recursos para três ex-diretores da Petrobrás.

“Além disso, no período entre fevereiro de 2008 e março de 2010, pelo menos US$ 3 milhões foram transferidos para I. SA”, indica o tribunal. I se refere a uma empresa de fachada, cujo nome não foi revelado. A letra, porém, não seria a inicial de seu nome.

No dia 26 de março de 2010, uma transferência de US$ 565.037.35 foi apontada para apenas “um ex-diretor” da Petrobrás.

A partir de uma outra empresa de fachada, a construtora teria enviado a uma só conta entre dezembro de 2008 e julho de 2010 “pelo menos US$ 42 milhões”. A partir dessa conta é que então são apontados três beneficiários do dinheiro.
Em outra sociedade, pelo menos mais US$ 31 milhões e ¤ 21 milhões foram repassados entre dezembro de 2008 e março de 2010 pela conta controlada pela Odebrecht. “Da parte dessa empresa, numerosos pagamentos também foram feitos a ex-diretores da Petrobrás”, indica a Justiça suíça. Nessa movimentação, quatro beneficiários foram identificados, mas o nome dos suspeitos não foi revelado. Em março de 2010, mais US$ 3 milhões foram pagos a três dos beneficiários.

Nos documentos, os suíços reforçam que a empresa está sob investigação por “pagamento de propinas para influenciar políticos e executivos para garantir projetos em seu benefício”. O Ministério Público em Berna já admite que identificou recursos de origem supostamente ilícita para financiamento de campanhas eleitorais.

Agora o foco da apuração são os destinatários dos recursos. Os procuradores suíços não estão preocupados com o uso do dinheiro, mas com a origem ilícita dos recursos – principalmente a suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Por ora, eles não revelam nem nome de candidatos nem partidos beneficiados pelas movimentações financeiras suspeitas.

Para tentar identificar a fonte dos recursos, a nova onda de delações envolvendo os executivos da Odebrecht no Brasil é considerada como uma etapa “fundamental”.

A perspectiva de advogados de alguns brasileiros alvo da Lava Jato em Genebra é de que, com esse movimento de acordos de delação no Brasil, uma nova fase na colaboração entre o País e a Suíça seja lançada. Um dos obstáculos, porém, é o anúncio de que o procurador que cuidava do caso da Odebrecht na Suíça, Stefan Lenz, pediu demissão e deixa o cargo em dezembro.

Procurado para comentar delações recentes no Brasil envolvendo executivos da Odebrecht, o Ministério Público suíço disse que não se pronuncia sobre o andamento do processo. “Não estamos em posição de revelar qualquer informação sobre pessoas possivelmente ligadas aos processos criminais”, afirmou, em nota, a procuradoria.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Homem morre durante confronto com militares em Campo Grande

Domingo de Dia dos Pais amanhece gelado e sensação térmica chega a -3,2°C em Campo Grande

Julio Fidelis em ação durante jogo entre Bahia e Fluminense pelo Brasileirão - (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense)

Bahia e Fluminense empatam por 3 a 3 em jogo repleto de alternativas

Youtuber Felca - (Foto: Reprodução, YouTube)

‘Adultização’ de crianças: a denúncia do youtuber Felca que tem gerado debate na internet

Notícias mais lidas agora

Justiça julga multas de R$ 184 mil contra Consórcio Guaicurus por atrasos de ônibus

Emenda da Câmara de Campo Grande reduz pela metade prazo para ingressar no Primt

Domingo de Dia dos Pais amanhece gelado e sensação térmica chega a -3,2°C em Campo Grande

Helena Meirelles

No aniversário de Helena Meirelles, mulheres músicas serão homenageadas em Campo Grande

Últimas Notícias

Cotidiano

Incêndio destrói atacadista na Gury Marques e acaba com estoque de calçados

Chamas atingiram principalmente o depósito e até o teto da loja chegou a desabar

Transparência

Justiça julga multas de R$ 184 mil contra Consórcio Guaicurus por atrasos de ônibus

Enquanto empresários reclamam da falta de dinheiro, concessionária paga milhões em multas por descumprimentos de horários e com indenizações

Famosos

Noivou? Anitta mostra ‘anel de noivado’ e incendeia rumores de casamento; entenda

Anitta causou alvoroço ao posar beijando o namorado Ian Bortolanzo enquanto mostrava um suposto anel de noivado; saiba qual é o verdadeiro estado civil da cantora

Cotidiano

Aeroporto Internacional de Campo Grande opera sem restrições neste domingo

Estão previstos 12 partidas e 14 chegadas à Campo Grande, neste Dia dos Pais