Manifestantes pressionavam parlamentares por voto a favor do impeachment

Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), grupo que pede o impeachment de Dilma Rousseff, foram flagrados transitando livremente e com crachás suspeitos pela Câmara dos Deputados. Todos foram parar na Diretoria-Geral da Câmara, e Eduardo Cunha acabou autorizando a permanência dos líderes no Salão Verde.

Entre os integrantes do movimento foram identificados Kim Kataguiri, Renan Santos e Rubens Nunes. Eles usavam crachás reservados a autoridades, destinados para acesso ao Salão Verde.

Conforme informações do site Pragmatismo Político, o grupo abordava deputados no local para pressionar em favor do impeachment. Isso ocorreu neste sábado (16), um dia antes da votação do relatório.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) questionou o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM) sobre a presença dos líderes do MBL. “Esse crachá é para autoridades, não é para pessoas que não sejam autoridades”, disse Zarattini. “Eles estão aqui indevidamente.” Avelino respondeu dizendo que teria que saber quem entregou os crachás.

Quando o grupo tentou seguir em direção ao gabinete da liderança do DEM, foi barrado por Zarattini e o clima ficou mais tenso. “Vocês estão fazendo uma coisa irregular aqui, esse crachá é para autoridade”, disse o parlamentar.

Em seguida, todos foram encaminhados para Diretoria-Geral da Câmara, onde Eduardo Cunha acabou autorizando a permanência dos líderes do MBL no Salão Verde. Minutos depois, o deputado Afonso Florence (PT-BA) reclamou, no plenário, sobre a concessão de crachás ao movimento. Para os governistas, se há credenciais para movimentos pró-impeachment, é preciso que sejam concedidos crachás para lideranças dos movimentos contrários ao afastamento.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que as “lideranças têm seus acessos” e que a mesa diretora da Câmara teve direito a distribuir alguns convites.