Pular para o conteúdo
Brasil

Detentos usam lonas dos Jogos Olímpicos para produção de bolsas

Projeto foi iniciado em 2006, usando exclusivamente mão de obra prisional
Arquivo -

Projeto foi iniciado em 2006, usando exclusivamente mão de obra prisional

Os e Paralímpicos deixaram saudades na população do , mas o seu legado social ainda continua. Mais de 3 mil metros quadrados de lonas usadas em palcos, totens, contêineres de informações e de outros itens de sinalização e mobiliário urbano do Boulevard Olímpico foram transformados pela organização não governamental (ONG) TemQuemQueira em mil bolsas, utilizando mão de obra formada por detentos e moradores de comunidade do município. Com isso, a ONG evitou que este material fosse destinado ao lixo, além de assegurar oportunidade de trabalho e renda para esses cidadãos.

O projeto foi iniciado em 2006, usando exclusivamente mão de obra prisional. Com a implantação das unidades de Polícia Pacificadora, a Secretaria de Estado de Segurança Pública pediu para que a ONG abrisse uma oficina no Morro do Turano, o que ocorreu em 2009. “E está lá até hoje”, informou na quarta-feira (7) à Agência Brasil a fundadora da TemQuemQueira, Adriana Gryner.

Antes de serem reaproveitadas, as lonas vinílicas recebem tratamento. São lavadas, escovadas e desdobradas, ficando adequadas para manipulação e posterior transformação em peças, como bolsas, revisteiros, sacolas, cachepôs, jogos americanos, ‘nécessaires’, porta-documentos.

Adriana disse que 70% das pessoas que produzem o reúso das lonas são homens e mulheres detentos, dos quais em torno de 80% foram presos por envolvimento com o tráfico de drogas. Todos são remunerados de acordo com o sindicato da indústria têxtil. A média salarial é R$ 1,2 mil por mês por pessoa envolvida na produção. Segundo Adriana, a TemQuemQueira está disponível para abrir novas oficinas em outras comunidades do Rio de Janeiro, de modo a beneficiar moradores e também ampliar o número de detentos atendidos. “Gente que nunca trabalhou ou que não tinha uma profissão. É isso que a gente corre atrás.”

Afirmou que “quanto mais postos de trabalho a gente abrir, mais oportunidades a gente traz para essas pessoas que não as têm”. A ONG recebe presos de qualquer penitenciária do estado. A triagem é feita pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, que manda para a oficina detentos que estão em regime semiaberto. Adriana Gryner observou que apesar de trabalharem com facas e estiletes, entre outros materiais cortantes, nunca foi registrado nenhum problema, “nem de mau comportamento”. O índice de reincidência, salientou, é muito pequeno. A ONG só não trabalha com presos de alta periculosidade ou que tenham cometido crimes hediondos.

A última contagem feita pela TemQuemQueira registrou, até meados deste ano, um total de 200 mil metros quadrados de lona vinílica reaproveitados, desde 2006. O trabalho na ONG quebra o ciclo vicioso do crime, disse Adriana.

As mil bolsas produzidas com o material do Boulevard Olímpico foram adquiridas pela Gael Comunicação, agência que respondeu pela criação, implementação e gestão do próprio Boulevard. Em parceria com o Aquário Marinho do Rio de Janeiro, as lonas da fachada daquela instituição foram transformadas em peças que podem ser adquiridas pelo público na loja do Aquario. Também no Museu do Amanhã, os interessados podem comprar produtos transformados pela ONG.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

F1: Piastri supera Norris sem sustos e vence o GP da Bélgica

santa casa hospitais

Motociclista que colidiu em boi na BR-060 morre após 16 dias internado na Santa Casa

Despedida à Jonir Figueiredo reúne amigos e familiares: ‘estava cheio de projetos e sonhos’

Dona de salão de beleza é presa em flagrante com submetralhadora no Aero Rancho

Notícias mais lidas agora

MPMS pode gastar até R$ 3,1 milhões em 750 iPhones 16 com pacotes de dados internacionais

jonir

Autodidata, Jonir fez primeira obra aos 19, mas se considerava ‘artista de nascença’

samu

Furto de fiação faz Samu alterar contato temporariamente em Campo Grande

gustavo

Atleta que morreu após queda na Chapada dos Veadeiros é velado neste domingo

Últimas Notícias

Polícia

Filho é suspeito de matar mãe e esconder corpo dentro de freezer

A vítima trabalhava como enfermeira e não dava notícias desde o mês fevereiro

Política

Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é prioridade no 2º semestre, diz Hugo Motta

Presidente faz balanço positivo das votações no primeiro semestre, citando a PEC da Segurança Pública e a discussão do PNE, entre outras propostas

Cotidiano

‘Irresponsabilidade e imprudência’: internautas reagem ao atropelamento de idoso na Duque de Caxias

Motociclista invadiu a ciclofaixa na contramão e atropelou idoso que atravessa trecho

Polícia

Motorista de caminhonete invade casa e quase atropela criança em Naviraí

O veículo foi parar na sala do imóvel onde uma criança de seis anos estava sentada