Os abusos aconteciam dentro da igreja

Desenhos de criança de 5 anos denunciam abuso de pastor em Minas GeraisDesenhos feitos por uma menina de 5 anos, ajudaram os pais a identificar que a filha foi vítima de abusos sexuais por um pastor em Montes Claros, Minas Gerais. Segundo a Polícia Cívil, os abusos aconteciam dentro da igreja pelo pastor segundário, que dava aulas de inglês para a garota.

João da Silva, 54, foi preso nesta quinta-feira (13) na casa de uma irmã dele, após investigações que vinham sendo realizadas desde setembro.

“Assim que os pais tomaram conhecimento dos fatos através da criança, eles procuraram por uma psicóloga particular. Ela orientou que eles procurassem nas coisas dela se havia algum indício ou vestígio. A menina gostava muito de desenhar, e os pais encontraram vários desenhos que ilustravam o abuso sexual”, disse a delegada Karine Maia.

Investigação

De acordo com as informações apuradas pelo G1, a criança começou a fazer as aulas em julho de 2015, quando começou a se recusar a ir. Os pais insistiam para que ela voltasse, mas a menina afirmou que não queria retornar porque “o tio João fazia bobagens com ela”. 

O casal começou a desconfiar do pastor e em razão do abatimento da menina, procuraram uma psicóloga. Segundo a  família, a garota não queria mais ficar sozinha com o pai e também já não se aproximava de pessoas do sexo masculino.

A psicóloga orientou os pais a conversarem com a filha e a procurar algo feito pela criança que pudesse externar ou explicar seu comportamento .A partir disso, vasculhando os cadernos da menina, os pais encontraram desenhos feitos por ela que poderiam conter pistas do que vinha ocorrendo e os entregaram à polícia. 

“Ela contou detalhes, dizendo que ele tirava a roupa dela e a colocava dentro de um berço, já que a sala era um berçário, e tirava a roupa dela, tocava nas partes íntimas dela e fazia sexo oral”, afirma a delegada. A criança contou ainda que João da Silva trancava a porta da sala.

O suspeito havia confessado o crime, porém com a chegada do advogado negou. 

 Michelly Oda/G1)

 

“Para o pai da criança e para o pastor principal, ele confessou o crime e mostrou arrependimento, mas na delegacia, provavelmente orientado pelo advogado, mudou a versão e disse que não fez nada e que confessou porque estava pressionado. Para a Polícia Civil, ele não confessou e não demonstrou arrependimento”, disse a delegada. “Mas nós temos várias evidências de que o crime ocorreu” , concluiu.

Com a prisão temporária de João da Silva, a Polícia Civil irá ouvir outras pessoas e investigar se mais crianças foram vítimas. A polícia quer ainda levantar outras informações sobre o homem, que morava em Aracaju (SE), é separado e tem dois filhos. Ele já atuava como pastor e está em Montes Claros há seis anos. A menina ainda vai passar por sessões com psicólogos da Polícia Civil.