Bebê de 3 meses é internado com agulhas no corpo em MT

Menina teve agulhas colocadas no corpo depois de um suposto ritual religioso

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Menina teve agulhas colocadas no corpo depois de um suposto ritual religioso

Um bebê de três meses foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, com suspeita de maus-tratos.

De acordo com a Polícia Civil, a menina teve agulhas colocadas no corpo depois de um suposto ritual religioso. O pai da criança e uma mulher que teria colocado as agulhas foram presos nesta terça-feira (13). A mãe do bebê, de 17 anos, foi detida e entregue ao Conselho Tutelar.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcelo Melo de Laet, o caso ocorreu na cidade de São Pedro da Cipa. A Polícia Civil de Jaciara recebeu denúncia de maus-tratos por meio do Conselho Tutelar na segunda-feira (12).

A criança chegou a receber atendimento em um hospital de Jaciara, mas precisou ser transferida para a UTI em Rondonópolis. Após passar por um exame de raio-X, os médicos confirmaram que o bebê está com três agulhas no corpo: duas na cabeça e um no tórax.

“Descobriram que o bebê estava com agulhas no corpo. Fizemos a prisão do pai que é suspeito de envolvimento e de uma mulher que teria feito a inserção das agulhas no corpo da criança. A mãe também está envolvida”, afirmou o delegado.

De acordo com o delegado, após ouvir relatos dos envolvidos, a principal suspeita é de que a criança foi envolvida num ritual religioso.

“Em conversas preliminares com os envolvidos, tudo indica que se trata de um ritual. Eles negaram envolvimento, mas conseguimos elementos bastante concretos que indicam que houve esse suposto ritual. Na lógica deles existe um significado, disseram que estavam entregando a criança para Deus. Os pais teriam recebido uma quantia de R$ 250 para sujeitar a criança a esta situação”, relatou Laet.

Conforme o delegado, o bebê está com inchaço pelo corpo. A polícia recebeu informações preliminares de que uma das agulhas teria atingido a massa encefálica da cabeça do bebê.

“Para nós, introduzir uma agulha no cérebro de uma criança se trata de uma tentativa de homicídio”, finalizou o delegado.

O pai e a mulher devem responder por tentativa de homicídio e corrupção de menores, já que a mãe do bebê é adolescente. A Polícia Civil aguarda um laudo médico para saber ao certo as lesões sofridas pela criança. O pai do bebê deve ser encaminhado para a Cadeia Pública de Jaciara. A mulher que fez o ritual será levada para a cadeia feminina em Rondonópolis.

A criança deve passar por uma avaliação e possível procedimento cirúrgico para retirar as agulhas do corpo.

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