Professor da Unesp diz que ofensas racistas são reação à política de inclusão
O professor também foi vítima das ofensas
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O professor também foi vítima das ofensas
As pichações racistas feitas no banheiro masculino da Universidade Estadual Paulista (Unesp) na cidade de Bauru, interior do estado, são reação à política de inclusão implementada no campus,afirmou o professor de jornalismo especializado Juarez de Paula Xavier, que também foi vítima das ofensas. A universidade cria amanhã (30) uma comissão para apurar o ocorrido.
“A avaliação que faço é que pode ter sido uma reação aos esforços que estamos fazendo para multiplicar a presença de outros grupos [negros, mulheres e homossexuais] na universidade”, disse Xavier à Agência Brasil. Nos últimos dois anos, segundo ele, a universidade investiu na criação de coletivos femininos, negros e homoafetivos, além de adotar o programa de cotas sociais e raciais.
O estudante Pedro Borges, integrante do Movimento Negro, concorda que as pichações têm relação com o espaço que vem sendo conquistado por esses alunos. “A gente já sabia que essas ofensas iam aparecer. A tendência é que elas apareçam cada vez mais, na medida em que nós ocupamos esse espaço universitário, que não foi criado para nós [negros]”, afirmou.
As pichações racistas surgiram em maior número na última quinta-feira (23), com insultos contra as mulheres negras, o coletivo afrodescendente e o professor Juarez, que é coordenador do Núcleo Negro Unesp para a Pesquisa e Extensão. “Escreveram Juarez macaco”, disse ele.
A comissão que vai apurar o caso será formada por dois professores e um servidor administrativo que vão buscar informações como nomes, datas e horários que possam levar aos autores das pichações. Os responsáveis, caso sejam identificados, poderão receber advertência verbal ou até ser expulsos da universidade.
De acordo com Juarez, um dos membros da comissão já levantou a possibilidade de fazer exames grafológicos para ajudar na identificação dos pichadores. “Não sei se vamos avançar nessa direção, temo que isso possa ser uma ação invasiva. Nós contamos com a possibilidade de que o aluno se apresente ou que alguém envolvido possa dar alguma informação. Estou muito preocupado, tem que ter essa ação de caráter mais punitivo, foi cometido um crime”, declarou.
Alguns alunos chegaram a registrar boletim de ocorrência, mas o professor informou que aguarda a formação da comissão processante para que os crimes sejam registrados na polícia. Xavier teme que as agressões aos alunos negros continuem crescendo, algo que vem sendo observado nos últimos anos.
“Pontualmente, há uma pichação no banheiro, uma piada no corredor. Todas as vezes que a gente conseguiu identificar, a gente sentou, conversou e falou. Mas, desta vez, o que chamou a atenção foi que, além de ser massiva, foi uma intervenção por todo o banheiro, foi focada no coletivo, no núcleo negro da universidade, no coordenador. Dessa forma não tínhamos visto ainda”, declarou.
Em nota, a universidade reitera que “repudia as pichações racistas, considerando-as um ato contra o estado democrático de direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp”. A instituição informou que conta com um grupo de prevenção da violência que atua na conscientização da comunidade e no fomento aos direitos humanos e com um observatório de educação em direitos humanos.
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