Nova escavação foi descoberta na manhã desta terça-feira (16) em Alcaçuz

Detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte, reabriram e ainda aumentaram a extensão do túnel que foi achado na semana passada sob o piso do Pavilhão 1. A descoberta da nova escavação foi feita durante uma revista realizada na manhã desta terça-feira (16).

Antes, havia um buraco com aproximadamente seis metros de profundidade. Agora, a escavação correu horizontalmente, chegando a se aproximar do muro. A informação foi confirmada pelo agente penitenciário Eider Brito, diretor do presídio. Ainda de acordo com o diretor, o Grupo de Operações Especiais da Secretaria de Justiça e Cidadania realiza uma revista no local.

O túnel sob o piso do Pavilhão 1 foi descoberto na manhã do último dia 11. A areia retirada pelos presos foi escondida no telhado da unidade. Um vídeo gravado pelos agentes mostra o volume de terra que ficou sobre a estrutura e a abertura do buraco.

Na primeira parte do vídeo, é possível ver a entrada do túnel. Em seguida, as imagens mostram que os presos esconderam a areia em cima do telhado do pavilhão. “O túnel tem seis metros de profundidade, mas não extensão. Ou seja, os detentos cavaram para baixo, mas ainda não tinha começado a cavar para os lados”, explicou.

Em dezembro do ano passado, uma caverna foi encontrada sob o piso do Pavilhão 1 de Alcaçuz. Eider Brito garante que esta galeria não existe mais. “Toda a caverna foi concretada. Este túnel que nós encontramos nesta quinta é uma nova abertura”, ressaltou. Já no dia 27 de abril, também a partir das celas do Pavilhão 1,um túnel gigante foi descoberto. Na ocasião, o diretor chegou a comentar: “Cabem várias pessoas em pé no buraco, tem cerca de 8 metros de profundidade e 15 metros de extensão no sentido do paredão da unidade”, disse Eider. No túnel havia iluminação, ventiladores e escadas. “Um negócio profissional”, acrescentou.

Alcaçuz fica em Nísia Floresta, na Grande Natal, e possui aproximadamente 1 mil apenados. “Somente no Pavilhão 1, são 260 internos”, afirmou o diretor. Atualmente, em razão da superlotação, Alcaçuz está proibida de receber novos apenados.

Motins
A Penitenciária de Alcaçuz foi uma das mais afetadas pela onda de rebeliões que aconteceu no mês de março. A onda de motins no sistema pentienciário potiguar durou oito dias e atingiu pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado. No mesmo período – de 11 a 18 de março – ônibus foram incendiados nas ruas de Natal. A suspeita é de que a ordem tenha partido de dentro dos presídios. O governo decretou situação de calamidade no sistema penitenciário e a Força Nacional foi enviada para reforçar a segurança nos presídios do estado.

Calamidade
No dia 17 de março, um dia antes do fim das rebeliões, o governo decretou situação de calamidade no sistema prisional do estado. A decisão permite que medidas de emergência sejam adotadas como forma de restabelecer a normalidade do sistema, incluindo a criação de uma força tarefa com poderes para autorizar a adotação e execução de medidas urgentes, como a construção, restauração das unidades parcialmente destruídas, reformas, adequações e ampliações com objetivo de criação de novas vagas.